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Tarcísio Vanderlinde

O testemunho dos achados arqueológicos

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A cada semana se desenterram na Terra Santa novos artefatos arqueológicos a confirmar as narrativas bíblicas. As descobertas podem acontecer em Jerusalém, Jericó, Cafarnaum, Magdala, Corazim, Cesareia Marítima, Cesareia de Filipe ou outros sítios menos conhecidos.

Em janeiro deste ano, o site “Fatos Desconhecidos” compartilhou a descoberta em um pequeno selo de argila em Jerusalém a prova da existência histórica do “governador da cidade”, um cargo mencionado diversas vezes na Bíblia. A peça foi encontrada em uma série de escavações num lugar muito acessado por visitantes que chegam a Jerusalém. Trata-se da praça do Muro das Lamentações.

Segundo a autoridade de antiguidades de Israel, a peça foi datada de 2.700 anos, ou seja, é ainda do período do primeiro templo da cidade. O objeto foi achado entre as ruínas de um edifício do século VII ou VI a.C. e tem um desenho de duas pessoas, uma em frente à outra. Na parte inferior aparece uma inscrição em hebraico onde é possível ler: “Pertencente ao governador da cidade”.

Os responsáveis pela descoberta concluíram que o achado faz parte de um documento importante, e era uma espécie de logotipo ou uma pequena lembrança em nome do governador da cidade. O lugar das escavações foi provavelmente o destino de envio do documento por algum político da época.

Em fevereiro veio à luz um mosaico com inscrição de uma bênção relacionada à etnia samaritana. A descoberta e a rara inscrição são uma prova de que os samaritanos tinham uma comunidade próspera ao Sul da planície de Sharon durante a era bizantina. Existem poucas informações arqueológicas sobre os samaritanos que hoje são uma minoria no território governado pela Autoridade Palestina.

Nem todos os achados aparecem como rochas ou pedras. Mesmo não sendo pedras, foram por elas muitas vezes resguardadas, como foi o caso dos “Manuscritos do Mar Morto”, preservados durante mais de dois milênios pelas rochas das cavernas de Qumran, no deserto da Judeia.

Não é incomum que questões políticas interfiram na localização e identificação de sítios arqueológicos relacionados à Bíblia na Terra Santa. A convergência entre as três religiões monoteístas que se identificam com a Terra Santa costuma apresentar limites.

Acessos a determinados lugares que constam em roteiros de viagem, às vezes, não são cumpridos por questões religiosas, ideológicas ou de segurança. Contudo, milhões de pessoas pelo mundo que ainda não foram a Jerusalém continuam sonhando com o dia que puderem pôr os pés lá.  

 

O autor é professor da Unioeste

tarcisiovanderlinde@gmail.com

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