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Editorial

O turismo que o Brasil não tem

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O Brasil tem praias paradisíacas, biomas incomparáveis no mundo, como Amazônia e Pantanal, cachoeiras como as Cataratas do Iguaçu, serras com paisagens de tirar o fôlego de qualquer um, cidades históricas encravadas no meio de montanhas, chapadas únicas no mundo. O Brasil, país tropical, tem pousadas incríveis, hotéis memoráveis, uma cultura diversa, museus, festas populares e gastronomia das mais diversas, tem centenas de milhares de pessoas trabalhando para apresentar tudo isso ao mundo. Ora, então o Brasil é uma potência turística. Infelizmente a resposta é não. Nem todo o potencial dessas riquezas listadas acima fez o turismo brasileiro decolar.

O Brasil recebeu em 2018 cerca de 6,6 milhões de turistas estrangeiros, um número expressivo, mas não se comparado ao que recebeu o museu do Louvre, na França. São mais de dez milhões de turistas por ano, dos quais mais de sete milhões estrangeiros. Sim. O Louvre recebe sozinho mais turistas do que o Brasil inteiro. Isso faz sentido?

Que o potencial turístico brasileiro é gigantesco não há dúvida, mas esse setor, que poderia representar uma fatia muito maior na formação do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), poderia gerar milhões a mais de empregos, poderia se transformar, junto com o agronegócio, no pilar econômico desse país, que cresce juntando migalhas. Um pouco aqui, outro pouco ali, mas sempre atrás de um único museu.

O problema é que o Brasil ainda patina em questões básicas. Um país onde se matam 50 mil pessoas por ano, onde morrem outras 50 mil no trânsito, não é lá bem aquele destino que todo mundo gostaria de estar. Em um país onde a internet não funciona bem, o sinal de telefonia é precário, as estradas e aeroportos deixam a desejar não parece ser o mais excitante lugar a se visitar. Segurança e infraestrutura são pilares que caminham de mãos dadas com o turismo. Afinal, quem está de férias ou a negócios quer ao menos paz e bem-estar.

Uma prova de que falta infraestrutura é a BR-469, que liga o centro de Foz do Iguaçu a nada menos que o Aeroporto Internacional, ao Parque das Aves, às Cataratas do Iguaçu e aos principais hotéis da cidade. Mesmo com toda sua importância, até hoje ela é uma pista simples, que inibe o tráfego e o próprio turismo.

Ontem (27) o presidente Jair Bolsonaro esteve em Foz do Iguaçu para lançar a pedra fundamental, com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, da obra de duplicação dessa rodovia. Aleluia. Com a nova ponte ligando Brasil e Paraguai, com o aumento da pista do Aeroporto de Foz, com a duplicação da rodovia e com o fim da pandemia o turismo em Foz e em toda a região só tem a ganhar.

Mas é preciso fazer muito mais, olhar com carinho para esse tão importante ramo econômico que é o turismo. Lideranças, empresários do ramo e investidores precisam observar seu potencial, saber quais são os gargalos, traçar metas ousadas e trabalhar arduamente para que um dos mais lindos países do mundo deixe de receber menos convidados que um único museu.

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