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Editorial

Oeste na vanguarda

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Em um ano de operação, a Minicentral Termelétrica de Biogás de Entre Rios do Oeste já gerou um milhão de metros cúbicos de biogás, transformados em 1,1 mil megawatts de energia elétrica, suficientes para reduzir em 30% a conta de luz da prefeitura em 66 espaços públicos. A economia chega a quase meio milhão de reais. O projeto fruto de uma bela parceria entre Governo do Paraná, Companhia Paranaense de Energia (Copel), Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e prefeitura ainda tem como pano de fundo a pegada ambiental, pois a suinocultura massificada na região torna-se ainda mais sustentável ao utilizar os dejetos. E tudo isso só com 18 propriedades rurais que integram a rede que chega à minicentral e que também tiveram suas contas de energia praticamente zeradas. O potencial é gigantesco.

Agora, Pato Bragado pode receber investimento similar. Um grupo de empresários manifestou interesse na exploração do negócio no município. A ideia é gerar biogás e energia solar com tecnologia aplicada para armazenar a produção e fabricar adubo orgânico e gases industriais.

Em Ouro Verde do Oeste, uma unidade similar já está em vias de começar a operar. Ela deve praticamente “limpar” todas as granjas de suínos na zona rural, fazendo com que o município se torne o primeiro do Brasil a criar o chamado “porco verde” em larga escala.

Toledo, maior produtor de suínos do Brasil, também entra na pegada de produção de energia por meio da suinocultura. Até o fim de 2021, uma Central de Bioenergia a Biogás vai gerar 640 megawatts/mês – mais da metade de toda a produção de um ano em Entre Rios do Oeste. A unidade vai usar mais de 230 toneladas de dejetos da suinocultura e mais de 40 toneladas de resíduos industriais todos os dias para produzir essa grande quantidade de biogás e energia elétrica. O investimento da Itaipu Binacional é de R$ 16 milhões.

São projetos fantásticos, que aliam produção de energia com suinocultura sustentável e preservação do meio ambiente, além de renda extra ao homem do campo. Faz todo sentido esse tipo de empreendimento surgir no Oeste do Paraná, que pode ser exemplo para tantas outras regiões produtoras de proteína animal em todo o país.

Explorar todo o potencial de uma atividade, ganhando mais dinheiro com isso, e ainda preservar o planeta e assegurar condições mais favoráveis às futuras gerações parece mesmo uma excelente ideia.

Paralelamente a isso, o consumidor moderno está cada vez mais disposto a pagar mais por produtos sustentáveis. Um selo de produção sustentável, de geração de energia e fertilizantes com recursos que antes eram passivos ambientais pode ser um diferencial na suinocultura e da própria bovinocultura de corte e leite do Oeste do Paraná.

Uma nova matriz energética está surgindo com mais força na região. Novos modelos de aproveitamento de recursos surgem para mostrar que é sempre possível fazer mais e melhor. E o Oeste do Paraná, terra de Itaipu, está na vanguarda.

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