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Editorial

Olhar ao próximo

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Não é fácil viver em um asilo, casa de repouso, clínica geriátrica, instituição de longa permanência de idosos, como queiram denominar. Depois de uma vida de trabalho, depois de criar os filhos, passar por alegrias e dificuldades, muitos idosos vão parar nos asilos para que sejam mais bem cuidados, tenham atenção suficiente no dia a dia e vivam com dignidade o restante de suas vidas.

Muitos carregam nas malas algumas roupas, retratos e muitas lembranças da época em que eram jovens. Dos filhos, alguns muito atarefados, outros distantes, restam as lembranças e a saudade, que aumenta ainda mais em períodos de pandemia. A proibição de visitas por causa da crise sanitária, por razões óbvias, deixa um vazio na vida diária dessas instituições. Os dias passam e os olhos cansados não conseguem enxergar nenhum dos seus chegando ao portão.

Mas não é só de saudades que o Lar Rosas Unidas, de Marechal Cândido Rondon, vem sofrendo nos últimos meses. Os efeitos do coronavírus transpuseram o caráter emocional. Agora, está faltando dinheiro para manter essa importante instituição. Como muitas outras instituições que dependem das doações da comunidade para sobreviver, o asilo em Marechal Rondon viu despencar o número de donativos chegar à entidade.

Devido à impossibilidade de aglomerações, muitos eventos que destinavam parte dos lucros ao Lar Rosas Unidas não estão sendo realizados, o que fez os donativos diminuírem significativamente. Por outro lado, os gastos com equipamentos de proteção individual (EPIs), alimentação saudável, produtos de higiene e limpeza cresceram bastante.

As pessoas que lá trabalham estão fazendo malabarismos para manter a casa em ordem, funcionando como deve ser. Mas não dá para fazer mágica. O asilo está precisando do apoio daqueles que podem doar nesse momento. Uma força-tarefa precisa ser organizada para que essa importante instituição, assim como todas as outras que cuidam dos vovôs e vovós, mantenha fielmente os serviços de qualidade que eles tanto merecem, mas especialmente precisam.

O cenário inédito descortinado pela Covid-19 assusta a todos, mas é preciso ter calma para saber o que é preciso fazer para manter essas instituições em pé e a salvo.

É preciso um olhar atento também para os profissionais que estão no dia a dia cuidando daqueles que hoje são ainda mais vulneráveis, com suas limitações, enfermidades pré-existentes e o cansaço de uma vida inteira sobre os ombros.

Muitas pessoas sofreram e estão sofrendo os efeitos da Covid-19. É fundamental que esse sofrimento não chegue aos idosos do Lar Rosas Unidas. Por enquanto, a proteção à saúde deles está sendo impecável. Não há infectados dentro da instituição. No entanto, a falta de recursos é outro grande vilão que bate à porta e pede passagem nesse momento já tão delicado.

Força e fé para que, unida, a sociedade vire seus olhos a esses queridos. As rosas são unidas, Marechal Cândido Rondon também precisa ser.

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