Fale com a gente

Arno Kunzler

Onde vamos parar…?

Publicado

em

Quando o impeachment ou renúncia da presidente Dilma parecia estar superado, eis que seu líder no Senado e um dos principais caciques do PT durante todo governo Lula e Dilma é apanhado em flagrante, tentando obstruir o Supremo Tribunal Federal (STF).

As consequências da prisão de Delcídio do Amaral são imprevisíveis, mas não há dúvida que o clima para o governo Dilma piorou muito.

Onde isso vai parar…?

Quem será o último degrau dessa investigação que já colocou dois dos maiores empresários do Brasil na cadeia e inúmeros políticos que até há pouco tempo pousavam de “líderes” do mais importante partido político do Brasil, que conseguiu eleger dois presidentes para quatro mandatos seguidos?

É pouco provável que a escadinha não tenha mais degraus, que acabou aí.

Daqui a pouco Delcídio pode ser o próximo delator, ele que tanto queria evitar a delação de um dos nomes que certamente o colocou nessa lista interminável de corruptos.

A teia que os investigadores seguem desde o interior do Paraná, precisamente em Londrina, mostra cada dia mais ramificações.

A julgar pelo que vimos nesses meses, deve ter muita gente procurando moradia em outros países ou tentando deletar provas.

Mas, como dizia a faixa num dos recentes protestos: “Lula Curitiba te espera”…

É possível que os investigadores já estejam no degrau superior, nós é que não sabemos ainda.

Lula já tentou algumas incursões pelo Nordeste tentando arregimentar correligionários para irem às ruas, caso seja pego em flagrante.

Ameaça ser candidato a presidente em 2018 para evitar a fuga de aliados políticos que a essa altura querem distância do PT.

Imaginando que seu nome ainda representa o elo entre esses partidos que ele levou para o seu governo através do mensalão, Lula talvez esteja tentando sua última cartada.

Se apresentar como pré-candidato e com isso atribuir as acusações de corrupção a acusações de adversários políticos.

Assim, a acusação não convenceria seus correligionários, seus seguidores, pelo contrário, ficaria de vítima.

Enquanto uma acusação de corrupção feita pela justiça, ou uma eventual prisão com fartas provas de envolvimento, certamente lhe tirará qualquer possibilidade de vitória numa eleição para presidência.

Pela importância que Delcídio do Amaral tem dentro do PT e principalmente pela proximidade dele com Lula e Dilma é de se supor pelo menos que, caso queira aproveitar a chance de viver fora da cadeia, vai ter que falar o que sabe.

E se falar o que sabe, chegaremos finalmente ao topo, ao comandante desse impressionante esquema de corrupção construído dentro do próprio governo.

Seria, muito além de uma vitória da democracia e da justiça, um momento único na vida política brasileira.

Como se vê, quando a justiça tem as ferramentas certas na mão, o resultado acontece.

É preciso mudar as leis, melhorar as leis de combate à corrupção para que a administração pública seja menos vulnerável a esse tipo de ação.

 

* O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente