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Pandemia fará economia brasileira encolher 5,2%, prevê Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

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Economia encolherá
A pandemia provocada pelo novo coronavírus fará a economia brasileira encolher 5,2% neste ano, prevê a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Segundo o órgão, vinculado à Organização das Nações Unidas, a América Latina sofrerá a pior crise social em décadas, com milhões de pessoas passando por desemprego e pobreza. O número está próximo da previsão para o impacto na América Latina, cuja economia se contrairá 5,3% em 2020, o pior desempenho desde que começaram os levantamentos no continente, em 1900. Os principais impactos econômicos sobre a região virão da queda no valor das matérias-primas, da qual dependem as exportações de muitos países, inclusive o Brasil, e da paralisação de setores como o turismo.

Mais pobreza
Segundo a Cepal, a crise econômica afetará o mercado de trabalho e os indicadores sociais de forma significativa na região. A taxa de desemprego na América Latina e no Caribe saltará de 8,1% em 2019 para 11,5% em 2020. Isso significa que a região fechará o ano com 37,7 milhões de desempregados, alta de 11,6 milhões em relação ao ano passado. Os indicadores de pobreza se deteriorarão em ritmo pior. A Cepal projeta que 28,7 milhões de pessoas passarão para a situação de pobreza na América Latina neste ano, com a taxa subindo de 30,3% para 34,7%. Em relação à extrema pobreza, 16 milhões de latinos americanos e caribenhos migrarão para essa categoria, com a taxa aumentando de 11% para 13,5%.

Barreiras comerciais
Em videoconferência com ministros da Agricultura dos países do G-20 para discutir o impacto da Covid-19 sobre o setor, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, alertou para a necessidade de rever “barreiras comerciais injustificáveis e subsídios que premiam a ineficiência e podem afetar o abastecimento de alguns países”, conforme nota divulgada pelo ministério na terça-feira (21). Conforme o ministério, a posição defendida pelo Brasil na reunião virtual foi “convergente” com a de outros países, como Estados Unidos, China, Alemanha e Emirados Árabes. Organizada pela presidência temporária do G-20, a videoconferência buscou aprimorar a cooperação global e garantir o fluxo de produtos agrícolas para proteger a segurança e nutrição alimentar mundial durante a pandemia.

Agroleite
A Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, organizadora do Agroleite, informou na segunda-feira (20) que a edição deste ano foi cancelada por conta da pandemia de Covid-19. O evento estava previsto para acontecer entre 11 e 15 de agosto, em Castro. “É muito triste o momento em que estamos atravessando, e anunciar o cancelamento de um evento que movimenta toda uma cadeia de negócios. Seguimos as orientações governamentais para a realização de eventos e tomamos essa decisão junto com os investidores da Cidade do Leite e os patrocinadores do Agroleite, os quais compartilharam as preocupações primeiramente com a segurança de todos e os reflexos econômicos desta situação”, disse o presidente da cooperativa, Willem Berend Bouwman.

J. Malucelli
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição pela Porto de Cima, empresa do grupo paranaense J. Malucelli, da totalidade das ações da Alen, detidas pelo grupo Arcadis e Logos. A Alen atua no setor de energia renovável e tem como um dos principais ativos a usina termoelétrica Bandeirantes, movida por gás bioquímico explorado pela empresa por meio de contrato de concessão com a Prefeitura de São Paulo. Já o grupo J. Malucelli tem participações em concessões de rodovias e saneamento, atua na produção de biogás, geração e comercialização de energia, além de prestar serviços de engenharia civil. Na decisão, o Cade indicou ser favorável pela aprovação sem qualquer tipo de restrição.

Volkswagen
A Volkswagen anunciou acordo com empregados de suas quatro fábricas no Brasil, entre elas a de São José dos Pinhais, para a redução de 30% na jornada de trabalho por causa da pandemia de Covid-19. Não haverá impacto no valor dos salários. O acordo aprovado por assembleias virtuais prevê, no entanto, desconto de 30% no salário bruto, mas com a recomposição do vencimento líquido dos empregados. Parte desse valor será pago pela empresa e o restante com recursos vindos do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo. O programa prevê a preservação do valor do salário-hora dos trabalhadores. Também foi acordado o adiamento para dezembro de 2020 do pagamento de 20% da primeira parcela de Participação dos Lucros e Resultados.

Turismo no Brasil
O PIB do turismo, que em 2019 chegou a R$ 270,8 bilhões, deve cair para R$ 165,5 bilhões em 2020, indicando redução de 38,9% no faturamento. É o que indica o estudo “Impacto Econômico da Covid-19 e Propostas para o Turismo Brasileiro”, elaborado pela FGV Projetos. Segundo o levantamento, em 2021 os ganhos com o turismo devem alcançar R$ 259,4 bilhões, valor 4,2% inferior ao patamar de 2019. A perda total do setor turístico brasileiro será de R$ 116,7 bilhões no biênio 2020-2021. Para cobrir essa lacuna será necessário que o setor cresça em média 16,95% ao ano em 2022 e em 2023 com PIB de, respectivamente, R$ 303 bilhões e R$ 355 bilhões.

Um ano de recuperação
No Brasil, o enxugamento do turismo traz consequências significativas, já que é uma atividade fortemente geradora de empregos em todas as faixas de renda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de turismo responde por 3,71% do PIB do país e sua dinâmica é composta por diferentes atividades que serão diferentemente afetadas com o isolamento social. São elas: hotéis e pousadas; bares e restaurantes; transporte rodoviário; transporte aéreo; outros transportes e serviços auxiliares dos transportes; atividades de agências e organizadores de viagens; aluguel de bens móveis; e atividades recreativas, culturais e desportivas. Neste estudo, a FGV Projetos considerou um período de confinamento de três meses. Passado esse período, deverá ter início o processo de reequilíbrio dos negócios (estabilização) no Brasil, que deve se estender por aproximadamente 12 meses, uma vez que a saúde financeira dos negócios e das famílias estará comprometida.

Serviços e turismo
Com a crise econômica devido à pandemia de Covid-19, a Juno, empresa paranaense do ramo de pagamentos on-line, arriscou um novo caminho para a inovação e lançou a plataforma “Apoie sua Cidade”. A iniciativa, alinhada ao movimento “Compre do Pequeno”, promovido pelo Sebrae, permite que consumidores efetuem compras antecipadas por meio de vouchers de estabelecimentos cadastrados ou realizem pedidos por delivery, acertado diretamente entre vendedores e clientes. O foco da plataforma são empresas do ramo de serviços e turismo, com foco para os setores de gastronomia, hospedagem e agenciamento. A plataforma oferta aos empresários vantagens como taxas de cartão de crédito diferenciadas e isenção de mensalidades; exposição de marca; fluxo de clientes com as vendas on-line; liberdade para a escolha benefícios e descontos ao cliente e não cobra um percentual de comissionamento para vendas realizadas, apenas o custo de transações financeiras.

Exportações de soja
O nível de água do Rio Paraná é um dos mais baixos dos últimos 30 anos, afirmou a Bolsa de Comércio de Rosário da Argentina, e isso tem trazido impactos nas exportações de soja não só de lá, mas também do Paraguai. A falta de chuvas deve ainda atrasar e trazer impactos aos trabalhos no porto de Rosário, na Argentina, até pelo menos a metade de maio, estima a Bolsa de Comércio. No Paraguai a situação é a mesma e muitas barcaças (pequenas embarcações com capacidade de carregar no máximo 1,6 mil toneladas) não estão conseguindo levar a soja até a Argentina (no porto de Rosário e a Nueva Palmira, no Uruguai), segundo o presidente da União das Associações de Produtores do Paraná (Unión de Gremios de la Producción), Héctor Cristaldo. Acredita-se que aproximadamente 120 destas barcaças carregadas com soja estavam tendo problemas para se locomover pelo rio.

Suco de laranja
As exportações brasileiras de suco de laranja cresceram 18% em volume nos nove primeiros meses da safra 2019/2020, até março, ante igual período da temporada anterior, informou a CitrusBR, associação de exportadores do setor. “Houve aumento na demanda pelo produto, mas também é preciso ressaltar que a alta acontece sobre uma base pequena da safra passada”, disse o diretor-executivo da associação, Ibiapaba Netto. Ao todo, o maior exportador global embarcou 861,7 mil toneladas de suco concentrado de laranja congelado nos nove primeiros meses da safra, ante 732.048 toneladas no mesmo período de 2018/19. Em faturamento, o aumento é de 6% na mesma comparação, com um total de US$ 1,44 bilhão. A safra 2018/19, que serve como referência para comparação com o ciclo atual, fechou com o segundo pior volume exportado desde que o Brasil ultrapassou a barreira de um milhão de toneladas embarcadas, em 1991/92, após uma colheita ruim.

Rebanho suíno
Condições de mercado estão forçando os criadores de suínos americanos a reduzir suas capacidades de produção e os primeiros sinais de mudança são destaque no último relatório da empresa canadense Genesus. “Em nossa opinião, o rebanho de porcas criadoras dos Estados Unidos atualmente contrai entre 15 mil e 20 mil por semana. Neste ritmo, rebanho dos Estados Unidos chegaria em 1º de junho a 340 mil unidades. Acreditamos que o rebanho canadense também está encolhendo”, disse Jim Long, presidente e CEO da Canadian Genesus Inc. Ele também espera uma queda significativa no fornecimento de suínos no mercado nos próximos meses. Nesse ponto, o setor suíno da região parece seguir um cenário semelhante ao de 1998, quando houve um colapso no mercado interno.

 

Redação ADI-PR Curitiba
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