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Arno Kunzler

Passando a boiada?

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A expressão usada pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “aproveitar para passar a boiada”, referindo-se ao barulho da imprensa com outros temas, parece ser a tônica nos dias atuais.

Se observarmos o que vem acontecendo, podemos relacionar vários fatos que merecem nossa atenção e causam preocupação.

Desmoralizaram e desarticularam a Lava Jato, a prisão em segunda instância, provas colhidas mediante gravações, anularam processos inteiros cujos criminosos reconheceram seus próprios erros e agora estão livres, mudaram a Lei da Ficha Limpa…

Nesse corredor, sem volta, estão articulando, e provavelmente será aprovada a toque de caixa, a reforma tributária.

O ambiente não é racional e nem possibilita discussões sobre um assunto tão sério, num momento que os olhares e todas as atenções estão para Lázaro.

Ao longo da minha vida nunca vi uma reforma tributária para baixar impostos, o que sempre se promete e nunca foi feito até hoje.

Sempre que os políticos inventam uma reforma, alegando que querem simplificar os impostos, acabam aumentando.

A propósito, nunca foi a sociedade que pediu reforma tributária, a sociedade aceita, mesmo que os impostos sejam injustos e, em alguns casos, até abusivos.

Quem sempre precisa da reforma tributária são os governantes. São eles que desorganizam suas contas e para solucioná-las precisam da reforma tributária, aumentando impostos.

Em bom e claro português, o nosso governo e os nossos congressistas precisam mais dinheiro.

Essa é a razão da reforma tributária e, se bem-sucedida, a carga tributária aumenta pelo menos um por cento sobre o Produto Interno Bruto (PIB).

É assim que saímos de menos de 20% do PIB em impostos, em pouco mais de 30 anos, para quase 40% do PIB.

E agora estamos vendo a Copa América, a CPI da Covid, as “motociatas” e a captura de Lázaro tomando as redes sociais. Enquanto isso, nossos congressistas/governo estão tributando o lucro das empresas.

Se o projeto de reforma tributária for aprovado como proposto, vamos ver um significativo aumento de impostos e grande parte da classe empresarial aplaudindo…

O lucro das empresas é o que impulsiona o empreendedorismo de um país; tributá-lo é condenar a eficiência empresarial.

Talvez sejamos mesmo um país de MARICAS, governado por uma classe política inescrupulosa e insaciável, que não mede esforços para se divertir às custas do trabalho da sua população.

O lucro das empresas é o resultado da eficiência de empresários que trabalham duro, se especializam, modernizam suas empresas, investem em tecnologia e não têm medo das atrocidades e adversidades impostas pelo Estado incompetente e pelas dificuldades de logística.

Tributá-lo é jogar um balde de água fria nas milhares de iniciativas que deram certo e que, por darem certo, dão lucro.

Pensemos nisso.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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