Arno Kunzler
PEDALADAS JURÍDICAS…
Depois de fechar as contas públicas de 2014 com um extraordinário rombo escondido durante a campanha eleitoral, agora o governo aciona as mesmas pessoas que foram encarregadas de preparar esse balanço furado para não permitir que essas contas sejam rejeitadas e o governo responsabilizado.
É triste ver que num país, já tão desmoralizado, onde a gestão pública está fadada a fracassos quase que generalizados, que os que deveriam dar o exemplo acabam se prestando ao serviço sujo.
A eleição de 2014 demonstra que vivemos um verdadeiro vale-tudo, onde a única coisa proibida é perder a eleição. O resto pode tudo, uma vez no poder, fecham-se balanços furados, defendem-se com todo vigor o errado, contas que deveriam ser rejeitadas e, pior, acusa-se quem está tentando colocar o trem nos trilhos…
Como diria Galvão Bueno: pode isso, Arnaldo? Do jeito que as coisas vão, estamos desmoralizando as leis, a democracia e os poderes constituí- dos. E ainda, vivemos momentos que precisam servir de reflexão.
Chegamos ao fundo do poço e não há como mudar isso se não tivermos uma consciência coletiva que rejeita esse tipo de comportamento, esse tipo de político, esse tipo de procurador, esse tipo de argumentação.
E mais, não devemos aceitar que as pessoas que não cumprem a legislação, por mais que ela seja burocratizada e difícil de cumprir, ocupem cargos públicos e se beneficiem da impossibilidade de serem punidos.
Se com tudo que já está comprovado contra o governo Dilma e sua campanha à reeleição seu mandato não for cassado, então estabelecemos que se pode tudo.
Aí fica claro que apenas uns coitados são responsabilizados e enquadrados, enquanto outros podem fazer o que querem. Dilma e sua corja de defensores, que tentam defender o indefensável, não têm mais condições de governar o Brasil, de representar o país e suas instituições.
Suas aparições, seus discursos e seus pronunciamentos indicam que ela está sem moral, sem condições emocionais e parece cada dia mais sem discernimento.
Dilma já entregou o poder aos grupos que a rodeiam, agora também precisa entregar a faixa para consumar o ato de fato e de direito.
O justo mesmo seria renunciar, já que o governo dela terminou.
Seja quem for o sucessor, quem forem os partidos que formarão o novo governo de transição, não poderá ser pior do que aquilo que estamos vendo.
Estamos diante de um governo – ou desgoverno – que perdeu a condição mínima de comandar o país. Se deixarmos isso continuar mais três anos, vamos mergulhar ainda mais fundo nesse mar de lama, para onde o PT e seus aliados nos conduziram, vendendo uma imagem completamente diferente da realidade.
Essa enganação chamada governo do PT precisa acabar.
Para o PT o governo gasta o quanto e com que quer e cobra do povo os seus desmandos, os seus equívocos e, o pior de tudo, a corrupção generalizada, que tudo indica esteja sendo articulada e comandada pelo próprio governo e seu partido.
Assim não quero brincar mais, chega!
* O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente
arno@opresente.com.br