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Arno Kunzler

Pela vida de George Floyd

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Talvez a história da humanidade não tenha registro de algo parecido.

O que aconteceu com a morte estúpida e covarde do negro americano George Floyd vai ficar marcado para sempre.
Protestos e manifestações em todo mundo pedem justiça e um basta à violência contra negros.

O que mais chama atenção são as mensagens postadas nas redes sociais de engajamento quase generalizado de jovens negros e brancos por todo o mundo, numa demonstração inequívoca de que vivemos um momento ímpar da história.

George Floyd, ao morrer asfixiado, virou um mártir pela luta da igualdade racial, pelo fim da violência contra negros e por justiça contra abusos de autoridade.

O mundo está chocado com a barbárie cruel e com o sentimento de culpa que todos carregamos por não termos lutado mais, reagido mais, criticado mais e informado mais sobre os males do racismo.

Num único gesto em que se mistura racismo com autoritarismo, produzindo uma imagem e uma frase que certamente serão eternizadas para que nunca mais nos esqueçamos da dor e da revolta das pessoas sufocadas pela opressão.

Não basta dizer que George Floyd não morreu em vão, é preciso que isso sirva de exemplo e produza efeitos para nós e para o futuro.

Em meio à pandemia e todos os holofotes voltados para discussões sobre a cura e as consequências desse vírus, o mundo conseguiu dar atenção a algo ainda mais forte, ainda mais importante e ainda mais urgente do que isso.

Os símbolos das mãos dadas, que invadiram as redes sociais e percorrem o mundo inteiro, são marcantes.

É preciso que todos nós nos penitenciemos por todas as vezes que inconscientemente ou desavisadamente achamos que o racismo não estava tão presente e não era tão ofensivo.

É preciso reagir a todo e qualquer gesto racista para que finalmente possamos superar esse terrível e lastimável erro que a humanidade cometeu e continua cometendo.

É preciso aceitar que todos, indistintamente, estejamos unidos para combater o que muitas vezes não percebemos, mas que está presente e machuca.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

 

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