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Editorial

Pensem nisso, prefeitos e prefeitas

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A vacinação contra a Covid-19 começou. A melhor notícia do ano está sendo comemorada em todo o planeta. A velocidade da ciência e a competência de pesquisadores trazem uma luz no fim do túnel para a sociedade. Um peso gigante está saindo das costas de bilhões de pessoas. Mas ainda vai demorar um longo tempo para que elas comecem a ser vacinadas em massa.

Como não poderia ser diferente, os países ricos abocanharam as primeiras milhões de doses. Independente de onde a vacina está sendo produzida, por quem está sendo produzida, esses governos que se baseiam na ciência se antecipam para ter o mais brevemente possível a disponibilidade para suas populações. Mas não somente ricos estão levando as doses. México, Argentina, Kuwait, entre outras nações já pactuaram com as fabricantes para imunizar suas populações. Os vizinhos latinos começam ainda este ano.

No Brasil, a demora do governo federal em anunciar um plano de vacinação, aliada à falta de diálogo e de contratos com as fabricantes, vai tornar a vacinação mais tardia e, possivelmente, mais lenta. O brasileiro deve demorar mais para ser imunizado.

Por sinal, o Ministério da Saúde ficou para trás. O governador de São Paulo, João Dória, anunciou que o Estado vai começar a vacinar em 25 de janeiro. Sem um controle firme sobre as rédeas da pandemia, com negacionismos e minimizações, o país está mais que desorientado, está perdendo um tempo precioso que pode salvar vidas.

Por tudo isso, governos estaduais e municípios estão tomando iniciativas próprias, propondo negociações individuais, por assim dizer, para vacinar suas populações locais, com seus próprios calendários. São quase mil cidades e vários Estados que já estão correndo atrás das doses em todo o mundo. Marechal Cândido Rondon deveria pensar no caso.

Nos próximos dias, prefeitos da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná devem se reunir para discutir o assunto. Alguns já se mostram a favor em fazer uma espécie de consórcio para adquirir as doses para os mais de 50 municípios pertencentes à região. Outros, no entanto, julgam que é competência do governo federal conduzir o plano nacional de imunização. É uma discussão válida e necessária.

Prefeitos e governadores precisam bater no peito e negociar as vacinas, seja com quem for. Desde que aprovadas nas agências sanitárias, que venham de onde vierem. Não dá para esperar o governo federal nesse caos que se tornou a saúde pública. Quem puder, faça por si mesmo. Ou melhor, pelas suas populações.

Independente de quem é a responsabilidade, se desta ou daquela instituição, o foco de gestores comprometidos com suas populações agora é um só: vacinar o maior número de pessoas, o quanto antes. Sem teorias da conspiração, sem mimimi, sem politizações, é hora de prestar socorro à saúde. Os mais espertos saíram na frente e o povo brasileiro está ficando para trás. Pensem nisso, prefeitos e prefeitas.

 

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