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Editorial

Pior que o 7×1 é o 4×3

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A sentença negativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder e suspeita de recebimento de propina nas eleições de 2014 ainda agita o meio político brasileiro. As reações do povo brasileiro ao ver o processo ter esse fim foram imediatas, muitas delas criticando adequadamente a Corte máxima da Justiça Eleitoral brasileira. Mesmo diante de graves denúncias de bandidismo, mesmo Dilma Rousseff tendo perdido seu mandato, embora por outras razões, mesmo atolado em uma mar de lama onde chafurda junto com outros tantos investigados, mesmo perdendo alguns de seus principais aliados próximos para a prisão, Temer segue como líder máximo da nação.

Uma chapa que concorre a um cargo público não se dissocia. Os mesmos 54 milhões de votos que elegeram Dilma também elegeram Temer. Os mesmos crimes cometidos pelo PT durante a campanha foram também cometidos pelo PMDB. Não é racional condenar parte de um todo, muito menos resguardar uma inocência enganosa com o pretexto de garantir a estabilidade do país.

Temer ainda vai ser “cassado” com unhas e dentes por outras instâncias da Justiça brasileira até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro de 2017, mas por enquanto está mantido no poder, depois de uma decisão que vai contra toda a força popular e pública que está sendo empregada em prol de um país mais decente e correto, por um país menos corrupto e mais justo. O TSE fecha os olhos no momento em que a nação está escancarando a podridão por trás do poder, no momento em que o Brasil vive uma agradável derrubada dos até então intransponíveis muros da corrupção instaurada na política brasileira. Parece que preferiu fingiu não ver.

Aliás, fingir não ver é o que o TSE faz de melhor em toda a sua história. A Corte suprema não tem quase nenhuma atuação em prol da Justiça, de fato. Os poucos casos julgados geralmente dão em nada, em pizza, como o brasileiro está acostumado a falar e como acabou essa última votação que era de extrema importância para a reordenação da polícia e dos valores que são empregados no exercício das funções públicas. O TSE finge que trabalha, o brasileiro finge que acredita e o Brasil finge que o presidente Michel Temer não tem nada a esconder. Palhaçada.

Muitos dizem que a manutenção do atual governo federal vai dar um fôlego na economia e fazer o Brasil voltar a crescer, mas de nada adianta crescer se as mãos sujas de pessoas sem caráter continuam a segurar as rédeas do Brasil. Claro que é importante crescer, sair da recessão, voltar a gerar empregos, aumentar a arrecadação, fazer as reformas necessárias, mas não ao preço da injustiça. Ignorar os crimes atribuídos a Michel e companhia é retroceder na busca por um Brasil mais honesto.

Temer agora junta os cacos para tentar aprovar suas medidas no Congresso nacional. Mesmo com uma votação favorável do TSE, contra ele pesa uma tonelada de desconfiança e muita coisa ainda não explicada. A mala com R$ 500 mil deve continuar a aparecer nos pesadelos do ainda presidente, mas enquanto nada for resolvido ele ganha tempo, poder e status de chefe do Executivo para se defender. É um passo para trás contra a corrupção e a injustiça que existem no país. Pior que o 7×1 é o 4×3.

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