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Editorial

Por dias melhores

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Janeiro passou, fevereiro também. Março, não! Como previsto, uma hora o tal colapso da saúde daria as caras. E deu. Bateu à porta exatamente um ano depois da pandemia do coronavírus tomar proporções inimagináveis, atingindo de algum modo a vida de todos.

A verdade é que quando muitos imaginavam estar voltando à vida normal, viajando, reunindo amigos, vendo as crianças retornando às aulas presenciais, tudo mudou de sopetão.

O sistema de saúde começou a enfrentar superlotação de leitos tanto em unidades de terapia intensiva (UTIs) quanto em enfermarias, tanto em hospitais públicos quanto nos privados.

Há uma semana o Governo do Paraná anunciava um lockdown no Estado para conter o avanço dos números, o avanço da doença.

Hoje (05), começa a reavaliar se vai prorrogar as medidas restritivas que valem até segunda-feira (08). O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, já deu uma deixa: “Nós temos muitas atividades consideradas essenciais que estão abertas. Talvez nesse momento mais duro fosse o caso que nem elas ficassem abertas. Precisamos que a taxa de isolamento aumente. Precisamos de pouco movimento, de isolamento domiciliar, diminuição de pessoas nas ruas, para que o vírus circule menos. Caso contrário, nós vamos continuar com pessoas todos os dias sendo atendidas e com dificuldades para ir para o hospital”.

Ou seja, pelo visto, a prorrogação é quase certa. Já tem muita gente “conformada” com isso, considerando que os números no sistema de saúde não melhoraram nesta semana de atividades paralisadas para os serviços tidos como não essenciais e colégios. Pelo contrário, pioram a cada dia.

O Oeste do Paraná vive atualmente a situação mais crítica do Estado, com as UTIs oscilando entre 100% e 98% de ocupação. Em Marechal Cândido Rondon, assim como em toda a região, o número de pessoas infectadas pelo coronavírus não para de crescer. Ontem (04) o município bateu novo recorde de casos ativos e teve mais um óbito confirmado por complicações da doença (já são 47). A Ala Covid-19 da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está com 13 dos 20 leitos que possui ocupados. O Hospital de Campanha será aberto quando a unidade atingir 100% de ocupação.

O momento é trágico para a saúde regional. É como definem as pessoas diretamente envolvidas no setor. E, convenhamos, nem precisa ser da saúde para ver a situação caótica que vivemos.

Segundo o ministro Eduardo Pazuello, que esteve ontem em Cascavel, depois de o município enfrentar momentos dramáticos essa semana, os maiores problemas hoje no país são as situações críticas vividas em Cascavel e Chapecó (SC).

Estamos atordoados pela Covid-19. O medo, de alguma forma, por alguns momentos que seja, se instalou novamente diante de um cenário tão complexo e delicado.

Não há apenas um culpado nisso. Há de tudo um pouco.

As pessoas de uma forma geral relaxaram e deixaram de tratar a pandemia como algo sério. Começaram a viajar, se reunir com amigos, aumentar aglomerações e por aí vai. Enquanto isso, nada de vacina. O governo não deu a atenção devida para elas no momento certo. Hoje, estamos aí, com pessoas sendo imunizadas a conta-gotas.

Resta-nos sermos solidários com o próximo, com aqueles que estão enfrentando falta de leitos, que estão passando por complicações da doença.

Resta-nos apoiar os profissionais da saúde, que estão na linha de frente por todos, exaustos, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Resta-nos fazer a nossa parte, contribuir pelo todo.

Neste momento mais crítico da pandemia, em que a capacidade de leitos se esgotou e o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus só aumenta, em que a vacinação segue a passos lentos, precisamos levar a sério as medidas de prevenção.

Por dias melhores, oremos!

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