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Silvana Nardello Nasihgil

Porque deveria ser bem assim!

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Deveríamos entender que não adianta forçar absolutamente nada para caber em um lugar que não existe encaixe. Não dá, não cabe e pronto!

E a vida segue… Ao invés de buscar paz, muita gente se esforça para colecionar estresses, angústias e infortúnios.

A falta de reconhecimento de si e de amor próprio têm levado muita gente a aceitar migalhas, viver de sobras, ancorado em um sofrimento sem um futuro que imagina como ideal, sem chances de acontecer.

Daí entra nessa confusão toda a frase-chave em que se busca o consolo: ele/ela, vai mudar! E eu lhes digo: vai sim, para pior!

Ninguém muda absolutamente nada se não desejar essa mudança. Não existem meios externos de qualquer natureza que possam operar esse milagre.

Então, de nada adiantará ficar se degladiando na espera de que um raio de compreensão atinja quem está alheio aos seus desejos. Essa mudança precisa começar por quem vive uma relação na qual se sente preterido(a), mal-amado(a), desconsiderado(a), desvalorizadora(a), desrespeitado(a), invisível…  Sente que, por mais que faça, não está cabendo.

Esse olhar para as relações não está atrelado só aos relacionamentos já existentes, mas igualmente àqueles que estão iniciando.

E as carências vão dando cor a uma vida desbotada, cor inconsistente que na primeira “chuva” descolore… e de forma insistente pinta-se novamente sem prestar atenção se a tinta é de má qualidade ou a parede que não adere.

Segue-se crendo que não existem outras possibilidades, e nessa dúvida se mantém aquilo que nunca fez sentido ou já deixou de fazer.

E os dias passam, e sem piedade encurtam o viver. O que poderiam ser dias de vitórias se tornam dias de angústia, e lá no final do túnel a luz apagou.

Será que não é hora de buscar um olhar para o interior e pelo menos tentar encontrar possibilidades de inovar aquilo que não está bem?

Mudar dói. Toda mudança requer muito, mas ela pode acontecer de uma forma suave, quando buscamos ter consciência de que cada um é merecedor de dias de felicidade.

O outro se quiser que venha junto, que dê abertura para ouvir, para ponderar, para buscar compreender que não existe relação de pares unilateralmente, que precisará fazer a sua parte. Caso haja resistência de mudanças e isso continue acontecendo, ainda assim é possível acreditar que vai dar certo?

Cada um é dono da sua vida e das suas escolhas. Diante disso, é preciso compreender que quando aceitamos o que não nos faz bem, a culpa já não é mais do outro, é nossa!

Para a gente pensar!

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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