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Elio Migliorança

PRESIDENTE URBANO x CAOS RURAL

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Na última semana, várias notícias colocaram o agronegócio brasileiro em estado de alerta. Embora a agricultura tenha contribuído de forma decisiva para equilibrar a balança comercial brasileira, não tem recebido do governo a contrapartida à altura do que representa na economia do país. Nunca antes na história deste país o risco de uma ditadura sindical foi tão grande como agora. Isto mesmo. Já tivemos uma ditadura militar, uma ditadura civil na era Vargas e agora vivemos uma nova fase de perigo à vista. Os veículos de comunicação mostraram autoridades da República reunidas com lideranças do Movimento dos Sem Terra (MST) para discutir a fixação de novos índices de produtividade para classificar as propriedades rurais passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária. Na reunião não estavam as lideranças dos produtores rurais, só as do MST. Claro, o presidente que construiu sua carreira política no ABC Paulista, dentro da luta sindical, não conhece a realidade da agricultura do país, agricultura que ajuda a sustentar sua mania de grandeza como esta de financiar a construção de uma estrada na Bolívia ao custo de R$ 330 milhões. Isso mesmo, a Bolívia, que tomou de assalto as instalações da Petrobras, que não deu “pelota” para os contratos e tratados assinados com o Brasil, agora terá uma rodovia construída com dinheiro brasileiro, nossos impostos lógico, e provavelmente depois não pagará a dívida como outros países já fizeram e ficou tudo por isso mesmo.
Mas, voltemos ao tema inicial. O “índice de produtividade” é uma boa ideia. Afinal, o que o MST já produziu neste país além de baderna, confusão, desrespeito à lei, quebra-quebra, invasões, destruição de propriedades? Que tipo de índice pode ser aplicado nestes casos? É de produtividade ou de criminalidade?
Se haverá um índice, vamos aplicá-lo em todos os setores. Começaremos pelo governo. Governo que não atingir uma média mínima será destituído. Corrupção faz perder pontos. Aumento de salário conforme a produtividade. O Congresso Nacional será o próximo. Se no final do ano o número de projetos votados estiver abaixo da média, ou se algum projeto ficou mais de dois anos engavetado, mandam-se aos atuais congressistas para casa e elegem-se outros. Nos governos estaduais e assembleias legislativas vale o mesmo critério. O que não for considerado produtivo será varrido do mapa. Frequência nas sessões também conta ponto. Porque só a agricultura tem que comprovar produtividade? Será que vão combinar com São Pedro antes de aprovar tal sandice? Sim, porque nossa região teve as três últimas safras frustradas, portanto, com índice de produtividade abaixo da média. Seremos desapropriados?
Outra injustiça contra os agricultores é a inexistência de financiamento para construção de casas na área rural. O proprietário de uma chácara lamentava nesta semana este fato e dizia que o único jeito de construir uma casa é vender a pequena propriedade, ir para a cidade, financiar sua casinha, pois na área urbana o financiamento existe, e depois viver do “Bolsa Família”. Este é o incentivo para fixar o homem no campo.

* O autor é professor em Nova Santa Rosa
miglioranza@opcaonet.com.br

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