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Arno Kunzler

Pressão x bom senso

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Talvez o prefeito eleito de Marechal Cândido Rondon Marcio Rauber não tenha imaginado quão difícil seria quando assumiu compromissos com a sociedade e seus eleitores de que faria um governo austero.

Austero é bom falar e ouvir, mas difícil de aceitar depois.

Assim, percebe-se que muitos políticos que gostariam de compartilhar com o prefeito eleito algum cargo na prefeitura estão chateados e até nervosos porque até agora não conseguiram demover o prefeito de sua disposição de ser austero.

Os políticos mais velhos, as “raposas”, como são conhecidos, não acreditam que a austeridade prevaleça na hora de indicar os apadrinhados.

Daí porque lutam desesperadamente para tentar levar alguma vantagem, mesmo que para isso o prefeito tenha que quebrar sua promessa, que eles mesmos defenderam durante a campanha.

Os mais novos estão na espera; se os mais velhos conseguem, também vão exigir.

E é assim que se forma a corrente negativa, um consegue, outro também vai exigir.

Até que os cargos estão todos ocupados e nem sempre, para não dizer na maioria das vezes, por pessoas que querem, ou que sabem trabalhar.

Essa é a grande luta do momento que está sendo travada em silêncio, que poucos percebem.

Para o governo começar bem, ele precisa ser “austero” nas nomeações, depois de nomeados, com a prefeitura cheia de gente, ai não tem mais jeito.

É nesse momento que entra o bom senso.

Nem sempre os políticos mais afoitos por cargos são providos de bom senso na hora de indicar gente para trabalhar. Ou indicam pessoas que não estão preparadas para ocupar os cargos, sem responsabilidade nenhuma e sem compromisso com o serviço público, ou querem empregar gente demais, aqueles cabos eleitorais que trabalharam para o candidato na esperança de um carguinho.

É nessa hora que o político eleito começa um governo bem ou malsucedido.

Nem sempre a grande maioria das pessoas percebe de que lado está o bom senso. Muitas vezes, em virtude de muitos questionamentos, de cobranças e de críticas até, se posicionam do lado errado.

E ao não darem apoio à política de austeridade, os políticos, via de regra, também a abandonam.

Esse é o risco que corre a sociedade que votou num candidato que prometeu austeridade.

Então, antes de fazermos críticas, antes de questionarmos as atitudes dos prefeitos eleitos, é sempre prudente aguardar os primeiros passos.

Se os eleitos sinalizarem que de fato vão fazer cumprir suas promessas de austeridade, é bom que contem com as pessoas de bom senso sempre lhes apoiando.

Cabe a nós, eleitores, fazermos uma avaliação correta, e não precipitada, dos primeiros passos dos governos.

Saber o que queremos e, principalmente, defender o que acreditamos são os primeiros passos.

Não tendo apoio, os políticos costumam abandonar suas convicções de austeridade e partir para aquilo que a maioria repetidamente faz.

Nomeações e alianças espúrias, com o único objetivo de garantir apoio político para seus projetos de reeleição.

E aí já sabemos como vão ser os governos, muita gente ocupando cargos, serviços de má qualidade e falta de recursos para obras e serviços elementares.

Pensemos nisso…

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