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Silvana Nardello Nasihgil

Qual o seu modelo de casal ou família?

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O que é ser um casal, uma família?

Uma das maiores dificuldades dos casais está exatamente na incompreensão das diferenças, na falta de aceitação, respeito e na dificuldade de conversarem sobre tudo. Está também na falta de discernimento do que é ser um casal, uma família, uma unidade.

Muitos se unem e, de forma egoísta, vivem sem conviver, cada um mantendo a sua total individualidade sem tomar consciência de que quando se muda, o status e as atitudes também devem mudar.

Na grande maioria das vezes falta de tudo e sobram mimimis.

O comportamento mais deficitário é a falta de maturidade em todos os sentidos. Cada um passa a exigir do outro muito daquilo que nunca experimentou dar de si. É uma cobrança sem fim das atitudes do outro, sem conversarem a respeito, sem fazerem acordos, sem buscarem se inteirar sobre os sonhos e as dificuldades. 

Assim tentam levar a vida aos trancos e barrancos. Raros são os que conversam, os que sabem ouvir as demandas do outro, os que traçam metas, os que buscam conhecer mais sobre seu parceiro(a), os que têm serenidade, equilíbrio e que entendem que, ao se juntarem com alguém, existirão muitas coisas que precisarão caminhar no mesmo rumo. Então é preciso conversar, conversar muito, todos os dias, a vida toda.

Quando se forma um casal, faz-se necessário que cada um compreenda o seu papel na relação, que cada um saiba realmente os objetivos que os fez se unir e aonde deseja chegar. Nesse processo todos os dias a serem vividos e partilhados precisam ter implícitos os objetivos a serem alcançados.

É muito comum observarmos que nessa época de sentimentos líquidos e relações inconsistentes a vida segue guiada pela tela de um celular, cada um com o seu. Atirados em sofás diferentes, com a televisão ligada e as crianças buscando atenção, cada um navega sem rumo, deixando o futuro ser construído do jeito que vier. 

Depois desse “momento família” de todos os dias, alguém fala: hora de dormir. E todos se retiram num ritual já conhecido: escovem os dentes, se vistam e cama!

Amanhã será outro dia. Outro dia igual? Sem projetos, sem laços e sem amor.

Viver por viver, sem rumo algum. Isso seria ser um casal, uma família?

É importante se perguntar: esse é o modelo de casal e família que acreditamos e queremos viver?

A gente precisa repensar as ações que praticamos se quisermos viver a plenitude das relações saudáveis e reais. Caso contrário, o que começou só na intenção de fazer bem feito, se não praticado, terá prazo de validade. Esse prazo vence, vence, sim!

Depois que acabar não vai adiantar reavaliar porque há coisas que não se reconstroem mais.

Se não agirmos, quem e o que vai sobrar nessas histórias impensadas e desconstrutivas? Ninguém sairá ileso nesse viver bagunçado. Sobrarão marcas negativas e sofrimentos emocionais e psíquicos que podem perdurar uma vida.

Portanto, cada dia é possível parar, reorganizar tudo e recomeçar. Recomeçar com maturidade.

Casais e famílias são construções diárias de tolerância, paciência, interesse, partilha, projetos, sonhos, conversa… muita, muita fé no futuro e muito amor.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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