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Silvana Nardello Nasihgil

Quanta negatividade carregamos?

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Esse post me fez pensar na vida, em quanta negatividade carregamos todos os dias sem que a grande maioria daquilo que vivemos ou sentimos tenha razão de ser.

De todos os nossos sentimentos, os mais perversos e que trazem consigo muito sofrimento são aqueles em que focamos nas coisas negativas das nossas vidas, aqueles que nos desconsertam e têm o poder de nos tirar o chão.

Uma parcela considerável de pessoas tem o dom de se vitimizar, de esquecer tudo aquilo que é bom, permitindo que sejam levadas de si todas as possibilidades de uma vida equilibrada e feliz.

Quando desviamos os nossos pensamentos e as nossas atitudes daquilo que é bom, nos concentrando nos infortúnios ou até mesmo em pequenos desajustes, damos a esses o status de condutores do nosso existir. Automaticamente, tudo o que é bom passa a ser encoberto, instalando-se um sentimento de profundo abandono e falta de objetivos.

Não creio que se comparar com outras pessoas seja algo positivo, porque muitos usam comparativos com a vida dos outros para justificar mudanças. O que importa de verdade é olharmos para dentro de nós, observarmos a nossa realidade e buscarmos as soluções dentro de um desejo real de encontrar o equilíbrio. Isso sim fará toda a diferença!

Esquecemos de trocar de lugar as coisas negativas por aquelas que estão nas nossas vidas esperando serem vistas para que aconteçam. Esquecemos de nós, deixando que os problemas administrem o nosso sentir como bem entenderem, nos reduzindo a quase nada. Muitas vezes chegamos ao absurdo de puxarmos uma cadeira, convidando então os detalhes negativos para que se acomodem, permitindo que conversem com o nosso existir, tomando então proporções irreais e sendo o dono das nossas vidas… e passamos a acreditar que nada mais tem jeito.

Os dias vão passando e cada vez mais a negatividade passa a se apropriar da vida. Na maioria das vezes, de forma inconsciente, permite-se que aquilo que não desejamos viver tome posse, se ocupe dos nossos sonhos, dos nossos projetos de vida, do amor próprio, do tempo e do futuro.

Mas a vida não para para esperar. Não existe pausa de espera para que se possa sofrer. A vida continua, independente de como a gente a conduz. A vida segue de modo acelerado e ser feliz requer coragem, força e determinação. Ser feliz é hoje, não dá pra ficar fazendo cena, isso é deixar a vida se perder.

Então, em nome de uma vida equilibrada e mais feliz, precisa chegar uma hora em que se tome atitudes interiores, começando a repensar sobre o que temos feito, como temos sentido, o que temos nos permitido, o que nos paralisa, onde foi que nos abandonamos, onde nos perdemos… buscando redescobrir o projeto que se extraviou, olhando para todas as coisas boas e dando valor a cada possibilidade. É preciso aproveitar todas as oportunidades, percebendo quem nos ama, valorizando quem nos quer por perto, fazendo alianças com a família, amigos e pares, valorizando o trabalho, a casa, comida, animal de estimação… e não deixando de sonhar.

Quando algo não for do nosso agrado, quando algum problema parecer não ter mais jeito, o pensamento deveria estar voltado para tudo o que já vivemos, e lembrarmos que sempre houve uma solução. Isso deveria nos servir de garantia que para tudo sempre continue tendo uma saída. Porque tem!

A vida não foi feita para carregarmos pesos que não nos pertencem; estamos aqui para sermos felizes, cada um da sua maneira. O que não dá para aceitar é permitir que o dia vá embora e que leve com ele as nossa esperanças e todos os nossos sonhos.

Porque sempre haverá um novo dia e ele trará consigo muitas possibilidades de mudarmos o que não nos faz feliz.

Acredite em você, lute por você, se ame mais e então tudo ao seu redor começará a fazer sentido. Você descobrirá que viver não é assim tão difícil como você tem acreditado, porque as portas só se abrirão quando você colocar a chave na fechadura e girar. Essa chave só você possui e ela só abre por dentro. Então, pelo menos tente! Se permita descobrir o que tem do lado de lá esperando por você.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica (CRP – 08/21393)

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