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Elio Migliorança

QUEM ACREDITA?

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Posse de político em cargo diretivo, tanto no Legislativo quanto no Executivo, é cheio de discursos candentes, frases de efeito e “promessas” que normalmente causam uma boa impressão e depois acabam no “limbo” mental de quem as proferiu, esperando que o eleitorado também proceda assim. Para tristeza de muitos políticos, sou um incorrigível observador destes fatos e na recente posse tanto no Legislativo estadual quanto no Senado dois discursos duros, determinados, mas que precisam acontecer para que se possa crer na sua execução.
Comecemos pelo Senado. A grande “novidade” foi José Sarney eleito presidente. No discurso de posse, a promessa de uma reforma política. Se ela de fato acontecer, o que duvido muito, ele seria o primeiro a ir para casa. Porque não consigo digerir, mesmo acreditando em papai noel, branca de neve e os sete anões, bruxas e duendes, que ele possa ser protagonista de uma verdadeira reforma política. A não ser que a reforma por ele pretendida seja elevar a sua família à condição de “a sagrada família da política nacional”, com todos os direitos e mordomias possíveis e imagináveis e abaixo dela deveres e obrigações para todos os demais mortais comuns desta nação. Se há uma família neste país que espalhou seus tentáculos pela política nacional e que mantém o Maranhão como um feudo, a exemplo dos senhores feudais da idade média, esta é a família Sarney. O que esperar, então, quando ele fala em reforma política?
Já na esfera estadual, Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa, prometeu uma “devassa” em todos os arquivos secretos e na verdadeira caixa preta que é aquela Casa, iniciando com uma auditoria que será confiada à Fundação Getúlio Vargas, esta sim uma instituição respeitada que merece confiança e tem credibilidade. A questão é o que se fará depois com todos os “ratos, cobras e lagartos” que saírem do porão legislativo quando ele for escancarado?
O deputado Rossoni não é um desconhecido, o conheci quando éramos colegas no curso de Matemática na UEPG. Ambos sonhávamos “mudar” o Brasil. Pois agora o então professor tem um cargo de comando estratégico na política estadual, num dos setores mais conturbados dos últimos anos. As primeiras medidas são animadoras. Tem agora a “faca e o queijo” na mão e pode realmente realizar parte daquele ideal do passado, tratando com justiça, competência e seriedade o dinheiro de nossos impostos. Se depois que a mídia não der mais destaque aos seus atos, seu projeto continuar, poderá se constituir numa opção estratégica para voos mais altos no futuro.
Outro fato relevante, que para a maioria passou despercebido, foi a eleição do senhor Fernando Augusto Mello Guimarães para presidir o Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Paraná. É a primeira vez na história do TCE que um funcionário de carreira, significa que foi aprovado por concurso, porta pela qual “todos” deviam entrar, fez carreira conquistando o espaço por mérito e hoje chega à presidência. Não deve favor a político nenhum, não foi nomeado por compadrio ou por barganha política e tem a grande chance de mostrar qual a verdadeira função de um Tribunal de Contas.

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