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Editorial

Quem diria

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Quem diria, hein? Se falasse 20 anos atrás que Maripá teria uma universidade federal em seu território certamente alguém iria te chamar de louco ou iria rir da sua cara. Pois bem. Maripá, com seus poucos mais de cinco mil habitantes, tida como uma cidade rural, acaba de ganhar um campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na verdade, a princípio, foi inaugurado apenas o primeiro bloco do campus, o qual abriga o Laboratório de Carcinicultura da UFPR, para estudo da tecnologia de manejo para fases de larvicultura, berçário e crescimento final de espécies de camarão de água doce com potencial aquícola, atuando como extensão do curso de Engenharia de Aquicultura do campus Palotina.

O que era inimaginável agora é uma incontestável realidade. Maripá é um polo na produção de tilápias no Brasil. Tudo começou há pouco mais de duas décadas, quando os primeiros açudes comerciais começaram a tomar espaço nas propriedades rurais. O sucesso foi tamanho a ponto de ser o maior produtor de peixes cultivados do Brasil, e novas perspectivas começaram a aparecer. O camarão, agora, é mais uma oportunidade de investimento e produção para a região Oeste do Paraná. Em Maripá, os produtores serão chancelados por uma das mais respeitadas academias nesse setor em todo o Brasil.

A atuação dessa e de outras importantes instituições de ensino nos municípios do Oeste (e de outras regiões do interior do Paraná) tem contribuído para o desenvolvimento social, intelectual e econômico dessas cidades. Quem diria que Toledo teria uma extensão do curso de Medicina, que os nem tão antigos se lembram era acessado somente na Capital do Estado. Em Medianeira, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que se instalou na cidade ainda como Cefet, revolucionou o ensino já desde o início dos anos 1990.

Marechal Cândido Rondon não fica fora dessa. O curso de Agronomia ofertado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) é simplesmente um dos mais respeitados e requisitados do Brasil. Daqui saem (e ficam) alguns dos profissionais de sucesso internacional que o mercado absorve sem pestanejar.

Essas instituições, que nos últimos anos se tornaram mais amigáveis e empáticas com a sociedade em seu entorno, precisam cada vez mais deixar de limitar-se a suas paredes. Os profissionais, acadêmicos ou professores, necessitam, com mais gana, associar-se à população, produzir projetos que mudem para melhor a realidade das pessoas, que gerem renda e bem-estar social. E é isso que a sociedade está observando em curso.

As universidades, fontes de educação, ricas em ciência e sabedoria, devem externar cada vez mais seus projetos, chegar com seus tentáculos cada vez mais a pequenos municípios, ampliando as perspectivas para todas as comunidades, seja para o camarão ou em qualquer outra área que integre o sistema social, ambiental e econômico brasileiro. Trabalhando com recursos vultuosos, elas são capazes de reformar realidades, desde que haja vontade para tal.

Maripá está de parabéns pela nova casa que abriga. Trata-se de um avanço que muitos jamais ousaram sonhar, mas que outros batalharam para conseguir. Agora é aproveitar ao máximo a presença dessa instituição, sugar a sabedoria e despejá-la em forma de trabalho e uma vida melhor para todos.

 

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