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Arno Kunzler

Questão de CARÁTER

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Mudam os partidos que estão no governo, mudam os governantes, mudam os processos, mas não muda o comportamento dos políticos. Eles são rigorosamente “confiáveis”, são “coerentes” e absolutamente “infalíveis”, votam sempre a favor dos seus interesses.
E criam mecanismos tão diabólicos que, quando não podem votar a favor, se abstêm ou não comparecem e o resultado dá no mesmo…
Uma coisa é certa, esses políticos e com essa legislação, não vão melhorar o Brasil, pelo contrário…
E o que fazer então?
Novas leis eles não aprovam, as que temos só servem para reelegê-los tantas vezes quantas eles querem.
Parece que estamos literalmente “destruindo” nosso projeto democrático e dando chance para qualquer outra coisa, inclusive a ficar tudo como está nas próximas décadas.
O povo foi às ruas e os políticos ouviram, mas não deram a mínima.
O povo mostrou que está mobilizado contra os desmandos, mas os políticos sempre encontram novas formas para proteger suas artimanhas.
Está cada vez mais difícil acreditar que existem “bons” políticos.
A impressão que passa é que quando eles chegam lá, já estão contaminados pelo que existe de pior no meio político.
Já aprenderam como se faz, para deixar tudo como está.
E aí, nesta semana, podemos perceber a incoerência do raciocínio lógico.
Sempre dizem que ministro do Supremo teria que ser eleito, para ter legitimidade e ser imparcial.
OK, confesso que, em tese, também já acreditei nisso.
Mas, senão vejamos: os que absolveram de forma sorrateira o deputado Natan Donadon, na última quarta-feira (28), não foram todos eleitos pelo voto do povo?
Foram. E o que fizeram? Uma demonstração de incoerência inacreditável.
Joaquim Barbosa foi indicado ministro do Supremo pelo presidente Lula, inclusive com prováveis manifestações favoráveis do então todo poderoso ministro e presidente supremo do PT, José Dirceu.
E o que ele fez?
Manteve as acusações e conseguiu fazer com que a maioria de seus pares mantivesse a condenação não só do José Dirceu, mas de toda sua gangue que atuava para varrer os recursos públicos para as valas da corrupção.
Então, a origem do poder não é garantia de coerência.
Resta-nos acreditar numa única coisa: CARÁTER.
Para ser líder e representar uma instituição, antes de mais nada, é preciso ter CARÁTER.
E parece que esse produto está em falta nos corredores do Congresso Nacional.
Salvou-se o Poder Judiciário, que ouviu a voz das ruas e fez cumprir a lei.
O Supremo não deu espaço para as artimanhas que normalmente livram os políticos das condenações.
Tomara que isso não venha a acontecer de ora em diante.
Parabéns ao Supremo (leia-se Joaquim Barbosa).
Agora, o que dizer dos congressistas?
Criem vergonha na cara, e só.

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