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Arno Kunzler

Questão de tempo?

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A economia brasileira precisa se recuperar, senão o governo não terá fôlego para articular as reformas que o país precisa e espera.

Os sinais são positivos, mas os sintomas são complicados e fazem empresários e trabalhadores ficarem angustiados.

É certo que a economia precisa de tempo para se recuperar em condições adequadas.

As condições adequadas são manter a inflação sob controle com aumento de produção e, principalmente, de produtividade.

O aumento de produtividade garante o aumento da renda, tanto das empresas como dos trabalhadores.

O aumento da produção garante o abastecimento para aqueles que, com mais renda, vão às compras, sem gerar inflação.

Logo, é preciso ter clareza para não esperar um milagre econômico.

Soluções duradouras necessitam de ajustes estruturais.

E aí vêm as reformas que são necessárias para que tenhamos essa recuperação da economia de forma saudável e duradoura.

Claro que por aqui nossas empresas dependem de chuva, plantio, preços bons para suínos, leite e frangos e por tabela para milho e soja.

Nossas pequenas empresas dependem de fatores locais, muito mais do que reformas e recuperação econômica.

Se de um lado, olhando para as medidas econômicas, podemos ter esperança de que a economia brasileira sairá mais fortalecida desse processo, por outro lado, olhando o panorama político, é assustador.

Assustador em todos os sentidos. Pela falta de um bom diálogo do governo com seus aliados, pela falta de entendimento com o Congresso, pela falta de um Judiciário com credibilidade e pela falta de um projeto que una os brasileiros em torno de um grande ideal.

Não temos, até este momento, uma grande bandeira que esteja acima dos interesses partidários e regionais.

Temos várias bandeiras que uns carregam e outros rejeitam.

Talvez ainda não seja hora de cobrar do governo soluções para problemas que há décadas resistem e dominam os embates políticos.

Mas é certo que precisamos de argumentos para encorajar a maioria que deseja lutar e implementar a economia de mercado.

Ou será o discurso e esse desejo de economia de mercado só da boca para fora; quando atinge o bolso, preferimos a proteção do Estado?

 

O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza

arno@opresente.com.br

 

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