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Silvana Nardello Nasihgil

Racismo: uma mancha suja na civilização

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Diante de tanta revolta pelo mundo, é impossível ficarmos alheios e deixarmos de pensar sobre esse tema tão sério que é o racismo.

Pois bem, estamos em 2020, o mundo andou tanto, a ciência se desenvolveu, a tecnologia e a cibernética revolucionam a humanidade e muita gente ainda continua presa nos pensamentos e sentimentos da época da colonização.

Não existe amparo para justificarmos o que acontece, pois tudo está ancorado em como olhamos para uns, para os outros e como conduzimos nosso viver nesse sentido. O racismo é uma mancha suja na civilização que permanece sem nenhuma razão de ser, faz dos humanos seres irracionais quando insistem em não compreender que todos, independente das diferenças, são iguais em direitos e deveres.

A nossa história é crivada de épocas de racismo denso, e isso, por mais absurdo que possa parecer, ainda sobrevive de alguma forma nas mentes fechadas e incapazes de amar. As raízes escravizantes desses sentimentos habitam o interior de muitas pessoas que cresceram ouvindo sobre “superioridade e inferioridade”, ditados por uma época de ignorâncias e segregações.

Hoje ainda pecamos muito quando nos damos a liberdade de brincar com situações que tenham implícitas alguma forma de racismo. Precisamos lembrar que mesmo em brincadeiras estamos ensinando os que vêm depois de nós a olharem as diferenças como razões de separação, dos melhores e piores.

Nenhuma criança nasce sabendo – e é natural no ser humano enxergar diferenças entre ele e o outro -, portanto, ela poderá sentir curiosidade, mas isso não a impedirá de dividir uma brincadeira ou de socializar naturalmente com quem quer que seja. Esse sentimento está nos adultos, em quem ainda não compreendeu o mal que faz quando divide o mundo pela cor da pele.

É incompreensível olhar para um ser humano e qualificá-lo pela cor da sua pele. Isso beira a insanidade. Certamente só serve para desqualificar quem consegue crer que esse sentimento seja verdadeiro.

Nesse momento em que essa discussão volta novamente de forma tão intensa, é hora de pegarmos carona e olharmos para dentro de nós, buscarmos qualquer resquício de racismo que porventura ainda habite nossos pensamentos, sentimentos e atitudes e transformá-los em compreensão da realidade da vida.

É hora de revisarmos o que temos feito, como temos agido e o que estamos repassando e ensinando sobre preconceito e racismo, mesmo que através de brincadeiras, quanto vamos semeando de atitudes inaceitáveis, colaborando para o caos da humanidade.

Passou da hora de tomarmos a nossa parcela de responsabilidade social e fazermos a diferença. Com palavras e atitudes comecemos pelo nosso entorno. Se cada um fizer a sua parte, toda a humanidade poderá um dia viver em paz, mesclando cores, distribuindo sorrisos e entendendo o real sentido do amor ao próximo.

Vamos semear a paz e a unidade porque para Deus somos todos seus filhos. Quem se separar disso por se achar melhor, sem dúvida é o menor de todos!

 

Silvana nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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