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Elio Migliorança

REFORMA QUE NÃO REFORMOU

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O povo brasileiro acompanhou um teatro na semana que passou, intitulado de “reforma ministerial”, uma reforma que, além de não reformar nada, revelou a existência do mais estapafúrdio balcão de negócios montado por um governo em pleno século XXI. Uma verdadeira reforma não se faz com troca de nomes, mas com o realinhamento dos programas do governo e um novo direcionamento com projetos que tirem o Brasil da mais grave crise de sua história.

A reforma aconteceu e pudemos constatar que “a montanha pariu um rato”. O único objetivo dela foi manter Dilma no poder, inviabilizar o processo de impeachment no Congresso e conseguir o aumento de impostos, a CPMF como prioridade absoluta. A demissão do ministro da Saúde por telefone foi paté- tica, demitiu-se um médico para nomear um psiquiatra. Talvez seja esta a prova mais cristalina de que Brasília enlouqueceu.

O demitido ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, tinha um currículo de fazer inveja. Filósofo formado pela Universidade de São Paulo (USP), tinha mestrado pela Sourbone, de Paris, doutorado pela USP e pós-doutorado pela British Library, da Inglaterra, além de 18 livros editados. Foi substituido por Aloisio Mercadante, uma alma penada que vaga pela Esplanada dos Ministérios sem saber para que. Já foi ministro da Ciência e Tecnologia, depois de Educa- ção, de lá foi para a Casa Civil e agora está de volta na Educação. Só continua ministro porque sabe demais. Os demais cargos e ministros nomeados, puro jogo de interesses.

Os brasileiros não precisam esperar nenhuma melhora com as medidas tomadas. A tendência é que sejamos assaltados com mais impostos. Ao invés de oito, deviam ter sido extintos 19 ministérios. Reduzir o salário em 10% não refresca. Ministros e apadrinhados ganham fortunas nos famosos conselhos de administração das estatais, um sorvedouro de dinheiro público. Mas, o mais assustador dragão que nos está engolindo chama-se dívida pública. Os governos Lula e Dilma afundaram este país e hoje estamos devendo R$ 3,74 trilhões. Não estamos conseguindo produzir nem para pagar os juros desta dívida. De janeiro a agosto de 2015 gastamos R$ 326 bilhões só com os juros da dívida. Significa que nossa produção não é suficiente para o pagamento dos juros. Diante da gravidade dos fatos, do comprometimento do nosso futuro com uma dívida impagável, da desmoralização da classe política, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados estão sendo processados por corrupção, o país está sendo loteado através de ministérios entregues a grupos políticos em troca de apoio, concluímos que esta mulher não tem mais condições morais para continuar como presidente. É lamentável que tenhamos chegado a este ponto.

Nossa região, um oásis em termos de produção, está ameaçada pelas invasões indígenas que colocam em risco novos investimentos no setor produtivo. E quando eu estava concluindo este artigo foi divulgado o maior acordo comercial da história, patrocinado pelos Estados Unidos e o Brasil, lógico, solidá- rio ao bolivarianismo podre e falido dos países do Mercosul, ficou de fora para a tristeza e prejuízo do setor produtivo nacional. O Brasil que este governo construiu não tem mais saída. A única saída é sair com o governo, convocar novas eleições e escolhermos um novo modelo de administração.

* O autor é professor em Nova Santa Rosa

miglioranza@opcaonet.com.br

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