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Arno Kunzler

Reformas necessárias

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Se o presidente Michel Temer fizer as reformas, fiscal, política, trabalhista, previdenciária e do Judiciário e conseguir implementar mudanças importantes na educação e na saúde, já terá valido a pena o seu governo.

O Brasil precisa urgentemente de uma nova mentalidade no setor público e o melhor discurso que ouvi no últimos tempos é do deputado Nelson Machezan Júnior, do Rio Grande do Sul, candidato que disputa o segundo turno nas eleições para prefeito de Porto Alegre.

Parece a voz mais consciente e mais lúcida e às vezes dá impressão ser a única, que está conectada com o mundo exterior de Brasília.

Quem não conhece o que pensa Nelson Marchezan Junior, visite seu site e escute suas colocações.

Não é fácil encontrar alguém em Brasília que fala com os olhos e o coração voltados para a realidade crua e nua de um país lapidado pelo sindicalismo e corporativismo.

Ao longo dos últimos tempos, estamos construindo um país para os servidores públicos, insustentável por muito tempo.

Não estou aqui me referindo aos funcionários que trabalham e ganham salários razoáveis, até bons, porque trabalham e merecem.

Estou me referindo aos super salários, super aposentadores, super gastos com milhares de pessoas nomeadas para funções que nem sequer conhecem.

Muitos deles sequer frequentam o ambiente de trabalho de onde se originam suas funções.

Não há mais espaço para essas discrepâncias que se estabeleceram nos últimos tempos, sob a égide da nossa legislação que permite com facilidade criar, e não permite findar funções públicas.

Os recursos estão diminuindo e as contas não param de subir.

Não há prefeito, governador ou presidente da República que consiga frear isso sem oferecer um choque constitucional, como Temer está tentando fazer.

Também não adianta estabelecer teto e continuar com as mesmas práticas. É preciso mudar a prática, amparado pelo teto.

Mas é preciso criar uma nova cultura no serviço público, não só acabar com essa farra de nomeações de pessoas sem qualificação para cargos de chefia, e muitos, mas põe muitos nisso, sem função nenhuma, apenas para complementar seu salário.

Assim como as diárias dos vereadores e muitos servidores públicos, quase sempre sem uma motivação que justifique.

As despesas dos deputados e senadores então, onde fica a austeridade?

E nesse embalo de festança com dinheiro público todo mundo aproveitou a fez seu ninho.

Primeiro os deputados e senadores, depois o Poder Judiciário, o Ministério Pùblico, Forças Armadas e provavelmente se forem investigadas empresas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa, Itaipu, Copel, Sanepar e tantas outras, não será diferente.

Não há princípio de austeridade em quase nenhum desses lugares, pelo contrário, no embalo dos desvios do governo federal, todo mundo, inclusive os que deveriam combater, ficaram mais assanhados.

É possível mudar isso, é sim, mas tem que ser de cima para baixo pelo poder político e de baixo para cima pela sociedade organizada.

Somente uma verdadeira cruzada de transparência em todos os serviços públicos será capaz de mudar a sensação de que tudo se pode, tudo é permitido e que no serviço público quem entra nunca mais sai e quando sai, sai aposentado numa categoria superior, bem superior aos demais trabalhadores deste país.

E o pior, em quase todos os setores do serviço público quem paga a contribuição, pelo menos a maior parte, é o Estado, ou seja o cidadão contribuinte.

Aquele mesmo contribuinte que se quiser se aposentar melhor vai ter que pagar do seu próprio bolso um plano de aposentadoria privada.

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