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Editorial

Reprogramação da sociedade

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Especialistas indicam que duas em cada três crianças que estão hoje no Ensino Fundamental vão trabalhar em uma profissão que ainda não existe. As mudanças rápidas no mundo moderno, inclinado sem volta para a era da quarta revolução industrial, muda a maneira com que as pessoas consonem, se relacionam, vivem e trabalham. Dezenas de ocupações que hoje existem devem desaparecer na próxima década. Outras surgirão para dar suporte a esse desenvolvimento tecnológico e a essa reprogramação da sociedade.

Com o surgimento dos dispositivos móveis em tecnologia 3 e 4G, computação em nuvem, internet das coisas, big data e inteligência artificial, as soluções para os problemas e demandas da humanidade virão, ou melhor, estão vindo de outra forma. Os empregos, se não forem extintos, serão repaginados drasticamente. Em Campinas (SP), os primeiros drones devem começar a entregar comida na porta da casa do cliente ainda este ano. Em outros países isso já acontece.

E uma das áreas que tem ganhado destaque já há alguns anos é o setor de Tecnologia da Informação, dedicado a promover soluções para o mundo moderno. Imagine que só a internet das coisas tem um mercado potencial de R$ 3,29 bilhões até 2021 no Brasil. Neste mesmo período, o mercado de aplicativos deve movimentar US$ 6,3 trilhões em todo o mundo. Isso mesmo: 6,3 trilhões de dólares.

Em Marechal Cândido Rondon algumas iniciativas de empresários da Tecnologia da Informação já fazem sucesso, mas falta mão de obra qualificada para o setor.

Há oportunidades, mas não há pessoas capacitadas para trabalhar com TI. Estima-se que cerca de 300 profissionais estejam atuando na área no município, mas há espaço para muito mais.

O problema é que o assunto “relativamente novo” ainda não ganhou grande corpo em cidades menores, como Marechal Rondon. Esse processo evolutivo das questões do mercado de trabalho tende a ser mais agudo em grandes centros, distanciando de certa forma os jovens rondonenses do futuro óbvio que os espera. Culturalmente, as coisas demoram mais a acontecer no interior do país.

Uma iniciativa é o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação Iguassu-IT, que está organizado em núcleos setoriais em Marechal Rondon, Toledo, Cascavel, Medianeira e Foz do Iguaçu. Mesmo constituído há mais de dez anos, ainda tem dificuldade em ganhar espaço no desconfiado, resistente e muitas vezes arcaico meio empresarial. E se não ganha corpo, não interessa aos jovens, não forma pessoas qualificadas para as oportunidades que estão sendo criadas, mas não sendo vistas e aproveitadas.

A Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), por meio do Núcleo Rondon-IT, tem auxiliado para que empresários do município se desenvolvam e busquem a qualificação de mão de obra. A preocupação em dar mais destaque ao setor ganhou os esforços da prefeitura, que, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), vai promover cursos gratuitos nas áreas de informática e software para, por exemplo, capacitar jovens como desenvolvedores de sistemas para a web e programadores. Ávidas por profissionais, as empresas de TI de Rondon já estão de olho nos alunos para possíveis estágios.

Um novo mercado de trabalho surge. Se ainda não está claro o suficiente para vê-lo, é imprescindível saber que ele existe e está logo ali.

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