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Dom João Carlos Seneme

Santidade é a nossa vocação

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Na Solenidade de Todos os Santos, celebramos o mistério da comunhão dos santos como está contido no “Creio”: “Creio na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos”. Todos os que foram redimidos participam do corpo glorificado de Cristo, a Igreja dos bem-aventurados. 

Neste dia manifestamos numa só fé a santidade de Deus. Deus se revela aos homens, porém permanece um mistério inefável que convida a humanidade a experimentar. Para tanto devemos sair de nós mesmos e ir ao encontro do grande Outro que é Deus. Só reconhecendo a distância é possível entrar em comunhão. Em Jesus Cristo, Deus mesmo se aproximou da humanidade, amando-a e atraindo-a a si para salvá-la.

Deste modo, a santidade é um projeto de vida ao alcance de todos, que se constrói no dia a dia à medida que vamos construindo a vida de discípulos missionários trilhando o caminho das bem-aventuranças. “Sede santos porque eu sou santo” é o convite que Deus gravou em nossos corações.

A santidade não está reservada a poucos privilegiados. Na verdade, tornar-se santo é tarefa de todo cristão. São Paulo afirmou que “por meio de Cristo, antes da criação do mundo, Deus nos escolheu para que pelo amor fôssemos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Carta aos Efésios 1, 3-4). Todos os seres humanos são chamados à santidade que, em última análise, consiste em viver como filhos de Deus porque fomos criados à sua imagem e semelhança. Todos os seres humanos são filhos de Deus, e todos devem viver segundo esta vocação, através do caminho exigente da liberdade.

A Igreja sabiamente celebra a solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos bem próximas. À nossa oração de louvor a Deus e de veneração de Todos os Santos e Santas, que a liturgia nos apresenta como uma “multidão imensa, que ninguém podia contar, de toda povo, raça e nação” (Apocalipse 7,9), une-se a oração por todos aqueles que nos precederam na passagem deste mundo à vida eterna.

Esta festa é para todos nós: a porta do céu se abre e nos faz assumir cada vez mais um compromisso profundo com mundo que nos cerca, porque é aqui e agora que devemos viver nossa vocação à santidade tendo diante de nós tantos testemunhos de pessoas como nós que nos precederam na fé e hoje são reverenciadas como santos e santos. Eles se tornam modelo de fidelidade do amor que dedicaram a Deus e aos irmãos e irmãs de todos os tempos.

As bem-aventuranças se tornam um projeto de vida, um modelo de seguimento para quem quer viver nesta vida segundo os critérios de Deus. O discípulo de Jesus é santo por ser pobre no espírito, manso, sedento e faminto de justiça, misericordioso, puro de coração e pacífico. As perseguições jamais o intimidam. Injuriado, perseguido e vítima da mentira, segue adiante sem se intimidar.

No centro da assembléia dos santos e santas brilha a Virgem Maria. Colocando a nossa mão na sua, sentimo-nos animados a caminhar com mais empenho na vida de santidade. Confiamos a Ela o esforço de cada dia e rezamos também por todos os nossos queridos irmãos e irmãs que partiram desta vida, na confiança de que nos encontraremos todos juntos na comunhão gloriosa dos santos e santas.

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