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Editorial

Se tudo tiver dado certo está chovendo

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Se tudo tiver dado certo, deve estar chovendo enquanto você lê este editorial. Caso contrário, o clima seco que prevalece há mais de um mês em Marechal Cândido Rondon vai continuar a trazer sérios problemas para a saúde das pessoas e para o desenvolvimento econômico.

A falta de chuvas no inverno e início da primavera causa impacto severo na região e no Brasil – no Centro-Oeste há lugares em que não chove há quatro meses. O Lago de Itaipu começa a baixar e atrapalhar turismo e pesca. Nas cidades a poeira está nos móveis, nos carros e nas vias aéreas das pessoas, impondo dificuldades primordiais para o rondonense, como manter a casa limpa e até mesmo respirar. O clima é um prato cheio para quem sofre com renites, asma ou outras doenças respiratórias.

Mas é no campo que a falta de chuva começa a preocupar e causar prejuízos financeiros. Muitos agricultores, que plantaram a soja nas últimas semanas esperando os tão cobiçados índices pluviométricos que não vieram, estão perdendo o investimento nas sementes e podem ter que fazer o replantio. Outros, que esperavam plantar cedo ao menos parte de suas áreas para ter uma colheita mais precocemente, estão mais ansiosos que pais de primeira viagem.

Preocupa muito a situação dos agricultores, mas preocupa ainda mais porque Marechal Cândido Rondon é um município bastante dependente do setor rural. É da terra rica que brotam frutos, mas também ampla parte dos empregos e renda para as famílias, do campo e da cidade, e vultuosos dividendos para os cofres públicos. Com um pontapé para a safra 17/18 como esse, o sinal de alerta foi ligado.

Apesar dos riscos, tanto a região de Marechal Cândido Rondon como o Brasil devem ter uma boa safra de verão, indicam as estimativas das principais lideranças e órgãos representativos do agronegócio. Sabe-se de antemão, todavia, que não vai ser tão atraente quanto a última safra, que bateu todos os recordes de produção na história do país. Mesmo assim, os brasileiros ainda têm tudo para ter uma safra satisfatória no verão que se aproxima.

O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, com destaque para culturas como soja, milho e feijão. As áreas que são cultivadas em sua maioria não são irrigadas, dependendo exclusivamente das chuvas para o desenvolvimento das plantas.

O país ostenta o título de celeiro do mundo não por acaso, mas por dom, capacidade técnica, investimentos em novas genéticas e emprego de alta tecnologia no campo. Entretanto, ainda depende de São Pedro para que a cadeia se feche.

Se tudo tiver dado certo, a chuva que cai lá fora está melhorando a qualidade do ar e encharcando o solo de vida. Se tudo tiver dado certo, o homem da cidade está agora respirando aliviado; o do campo também. Do contrário, ainda vai ser preciso exercitar a paciência, suportar a angústia e esperar a notícia que o céu dá somente a seu bel-prazer.

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