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Editorial

Sem pânico, mas alertas

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Uma nova cepa do coronavírus, revelada na semana passada, tem assustado a comunidade científica internacional. A variante ômicron foi identificada pela primeira vez pelo sistema de vigilância das autoridades sanitárias da África do Sul e já chegou a diversos países. No Brasil, até a tarde de ontem (29), nenhum caso relacionado havia sido reportado.
As reações foram imediatas. Alguns países da Europa estão retornando ao lockdown, ao confinamento dentro de casa. Outros países, incluindo o Brasil, não estão mais permitindo o ingresso de pessoas que viajaram ou são da região Sul do continente africano, onde os primeiros casos foram descobertos.
E as consequências da descoberta dessa nova variante já começaram por aqui. Algumas festas tradicionais da época e até mesmo os festejos da virada de ano foram cancelados. Em Fortaleza (CE), Salvador (BA), João Pessoa (PB) e Palmas (TO) as autoridades públicas cancelaram os eventos de ano novo.
Apesar da vacinação estar avançando e os números de mortes e ocupações em hospitais estar diminuindo, fruto do avanço da imunização, as autoridades estão tomando como base o cenário mundial, com o aparecimento dessa nova cepa e o pouco que se sabe ainda sobre a variante.
Outras consequências devem acontecer nos próximos dias. Mais restrições começam a ser consideradas pelas autoridades públicas, como prefeitos, governadores, suas equipes de saúde e comitês de enfrentamento à pandemia. A realização do Carnaval, no ano que vem, começa a ser questionada por lideranças de vários Estados, como no Nordeste, onde a folia atrai milhões de pessoas todos os anos (não foi assim em 2021).
Ainda se sabe muito pouco sobre a nova variante, a ponto de não se saber o básico, se ela é neutra, mais ou menos perigosa que as anteriores, como a cepa original e a delta. Os pesquisadores estão tentando responder também se as vacinas que hoje estão disponíveis vão funcionar contra essa nova variante. O que se sabe é que o vírus se adaptou mais uma vez à espécie humana e que a ômicron tem mais mutações que a delta.
Fato é que nos próximos dias os pesquisadores vão começar a responder os questionamentos feitos hoje. Dia após dia, novos rumos dessa história serão escritos.
Sem pânico, mas alertas. É assim que as pessoas ao redor do mundo devem reagir a essa nova variante. Sem pânico, mas tomando cuidados, como evitar aglomerações e higienizar as mãos rotineiramente, além de usar as tão incômodas, mas protetoras máscaras.
É hora de observar e analisar para que sejam tomadas as melhores decisões. Apesar da nova variante não ter chego ao Brasil, todos sabemos do que essa pandemia é capaz. O que parece muito distante em pouco tempo pode estar dentro de nossas casas, deixando as pessoas doentes e correndo o risco de perder a vida. Não é momento para pânico, tampouco para tomar decisões precipitadas, mas é momento de ficarmos alertas.

Outras consequências devem acontecer nos próximos dias. Mais restrições começam a ser consideradas pelas autoridades públicas

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