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Editorial

Show Rural menos prestigiado

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Termina nesta sexta-feira (11), em Cascavel, a 34ª edição do Show Rural Coopavel, um dos principais eventos de transferência de tecnologia para o agronegócio da América Latina. O evento, consagrado por reunir cerca de 500 empresas ligadas ao setor produtivo e em torno de 250 anualmente, foi realizado presencialmente depois de um ano em modelo on-line. E algumas particularidades foram observadas.

A primeira delas e a que mais chamou a atenção, claramente ligada à Covid-19, é a presença do público, em número bem inferior aos anos anteriores. Foi uma estratégia da própria organização para evitar grandes aglomerações e que, de alguma maneira, parece ter funcionado.

O que também chamou a atenção foi a ausência de lideranças políticas. Em todas as suas badaladas edições anteriores, presidentes da República, governadores de vários Estados brasileiros, senadores e outros grandes figurões da grande política no Brasil passaram pelo local. Neste ano, porém, quem participou notou a ausência desse seleto grupo.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cancelou sua visita porque teria contraído Covid-19. Para os teóricos da conspiração, no entanto, uma vinda dela para o centro do agronegócio seria um desastre, em um momento que faltam recursos para atender o agro, que, por um lado, enfrenta escassez de grãos e prejuízos pela quebra de safra e, por outro, amarga custos elevadíssimos de produção de grãos ou proteína animal.

Quem deu as caras foi o vice-governador Darci Piana, em uma passagem tão rápida quanto discreta, exceto pelo protesto de policiais que encarou. Já o governador Ratinho Junior teria evitado o evento para não ser alvo de um protesto ainda maior dos servidores responsáveis pela segurança pública. Ou seja: a presença do Governo do Paraná foi ínfima, especialmente olhando para 2020, quando Ratinho Junior fez os despachos do Executivo durante a semana de dentro do Parque Tecnológico em Cascavel. Neste século foi provavelmente a primeira vez que um governador do Estado não participou do evento.

Ainda não está muito claro o motivo da ausência de líderes políticos no Show Rural deste ano. Em ano de eleições, especialmente, um evento desse porte não é descartado tão facilmente pelos interessados em ganhar os sagrados votos do povo. Pelo contrário, é (ou era) um evento disputadíssimo. É um palanque e tanto. Nos bastidores, entre lideranças, expositores e visitantes mais atentos, ficaram especulações de todos os tipos e um climão bem esquisito.

Os helicópteros que em anos anteriores estavam a todo momento sobrevoando o Show Rural, levando e trazendo grandes lideranças políticas do Brasil, não apareceram nesta edição. Por uma razão ou outra, ou por várias razões, esse foi um Show Rural diferente, sem muitos sorrisos, abraços e tapinhas nas costas. Foi um Show Rural presencial, mas pouco prestigiado. Menos público por conta do coronavírus e menos autoridades por razões pouco claras.

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