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Arno Kunzler

Símbolo do combate à corrupção

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O boneco do ex-presidente Lula, vestindo zebra (as cores das roupas dos presidiários), pode virar o símbolo do momento que o Brasil vive, de combate à corrupção.

A imagem do boneco que foi apresentado em Brasília ainda em agosto, durante os protestos realizados em todas as grandes cidades brasileiras, percorreu o mundo. Depois foi levado para São Paulo, onde acabou sendo furado por razões óbvias, pois é uma imagem agressiva e emblemática.

Ontem (02), já recuperado, o boneco foi inflado e levado para Curitiba, onde foi exposto em frente à Polícia Federal do Paraná, encarregada da maior investigação que já se teve notícia, envolvendo políticos de alto coturno metidos com corrupção.

A imagem da Polícia Federal de Curitiba é hoje talvez a mais conhecida do Brasil, já que todos os dias, em todos os noticiários, alguma reportagem é gravada nas imediações. Agora, com o boneco do ex-presidente Lula exposto ali, pode até virar ponto de concentração de movimentos políticos, local que certamente vai atrair protestos contra a corrupção, tamanha é a mobilização que essa imagem provoca, notadamente naqueles que não mais admiram o PT e seus governos.

Independente de Lula ser preso ou não e até de ser comprovada qualquer culpa ou participação nessa onda de corrupção que assola o país, as pessoas hoje colocam o ex-presidente no centro das malvadezes.

Lula é, para a grande maioria dos brasileiros, o chefão oculto de todas as grandes falcatruas promovidas durante o seu e o governo Dilma Rousseff.

Sua presença ou não na Polícia Federal pode ser evitada por manobras políticas ou falta de provas, mas, no íntimo da grande maioria dos brasileiros, Lula tem culpa em cartório e se não está na cadeia é porque foi mais experto que os demais.

Pela vontade que os brasileiros têm de ver seus figurões enquadrados, independente de cores partidárias, pela mobilização nacional contra a corrupção, agravados pela crise econômica e pelas mentiras propaladas durante a campanha eleitoral do ano passado, o povo brasileiro parece ter tomado partido.

Primeiro, tirar o PT do poder.

Segundo, combater a corrupção e os desmandos praticados por políticos em todos os níveis das administrações públicas.

Terceiro, mudar os rumos da política econômica hoje excessivamente estatizante e centralizadora, facilitando a corrupção e dificultando sobremaneira a qualidade dos serviços públicos.

Quarto, não mais permitir que a pretexto de melhorar os serviços públicos se aumente os impostos.

Quinto, mudar as leis que hoje protegem os bandidos e tiram o sono dos cidadãos honestos.

Sexto, mudar a legislação eleitoral, para acabar com as reeleições, o excessivo número de partidos políticos e, principalmente, se não tirar, mas diminuir, dificultar e punir severamente os responsáveis pelo dinheiro “frio” canalizado para as campanhas eleitorais.

Parece que isso já é um bom começo.

 

 

* O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

 

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