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Editorial

Situação crítica

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A água, bem essencial à vida, está acabando. A pior crise hídrica da história do Paraná e a mais grave nos últimos 15 anos em Marechal Cândido Rondon tem feito com que parte das torneiras da cidade fique desabastecida por 12 horas semanais. Agora, são 24 horas por semana – dois dias alternados de 12 horas cada. Mas, acredite: existem cenários muito piores que estão sendo projetados e cogitados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Em um dos piores, todas as unidades consumidoras, todos os dias, poderão ficar sem água por até 14 horas. O abastecimento em comércios e residências pode ser de apenas dez horas por dia. Sem contar a normalização do serviço, que leva até quatro horas após o racionamento ser interrompido.

As explicações são simples e qualquer um que esteja no município pode entender. A falta de chuvas vem de meses. Em abril, a estação meteorológica mais próxima de Marechal Rondon registrou 58 milímetros, quando a média histórica é de 140 milímetros. As captações no subsolo e as minas superficiais de onde é retirada a água quase zeraram. E a tendência é piorar. Nos próximos dias seriam necessários cerca de 300 milímetros de precipitação para recuperar o subsolo, de onde é captada a maior parte da água que chega às torneiras. Mas as previsões nem perto disso chegam.

Em todo o Estado a situação é a mesma. Na semana passada o governo decretou situação de emergência hídrica no Paraná por 180 dias, priorizando o consumo humano. A crise no abastecimento não poderia ter chegado em pior momento, quando as pessoas estão mais em casa por conta da pandemia de coronavírus e redobrando os cuidados com higiene, lavando mais roupas, louças, as mãos, etc.

A situação é grave e preocupante na cidade, mas também no campo. A zona rural depende da chuva para todas suas atividades. Sem precipitação, o capim não cresce, o boi não engorda, a vaca produz menos leite, as culturas agrícolas perecem. E essa perda de produtividade nas propriedades rurais gera prejuízos também na cidade, com impacto direto nos preços e na oferta de alimentos, por exemplo.

No campo e na cidade, os efeitos da falta de chuvas estão se tornando cada vez mais visíveis em Marechal Rondon. As medidas emergenciais por ora adotadas pelo Saae podem garantir o abastecimento, mas não se descartam ações mais severas na interrupção do fornecimento caso a chuva não venha e, especialmente, caso a população não faça sua parte, economizando e usando com consciência cada gota de água tratada que chega em suas casas, comércios e indústrias. A situação é crítica.

Se cada um fizer sua parte, valorizar cada segundo do chuveiro aberto, deixar a lavação do carro para depois e parar de varrer com a mangueira, aliado a uma boa ajudinha de São Pedro, a sociedade rondonense pode passar por mais esse infortúnio sem maiores problemas. Ao contrário, pode haver uma desordem econômica, social e sanitária no município.

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