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Editorial

Só o começo

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O tenista que deu as primeiras raquetadas em Marechal Cândido Rondon, ainda criança, tomou as capas esportivas no Brasil e no mundo ao se tornar o brasileiro mais jovem a conquistar uma etapa da elite do tênis mundial.

O rondonense Thiago Wild ganhou no fim de semana o ATP 250 de Santiago, torneio que envolve os melhores atletas profissionais. E quebrou marcas como a de Gustavo Kuerten, tornando-se o mais jovem brasileiro a levantar um troféu da ATP, a associação máxima do tênis mundial. Subiu 69 posições no ranking mundial, pulou para a 113ª colocação entre os melhores tenistas do mundo.

A tradição de jogar tênis veio da família. Seu pai, Cláudio, um apaixonado pelo esporte, foi seu professor desde pequeno na quadra esportiva que mantinha em Marechal Rondon. Aliando técnica e muito trabalho, a evolução foi espontânea. Em pouco tempo vieram os primeiros troféus e a certeza de que a estrutura de sua terra natal já não atendia aos seus anseios: ser um atleta profissional de alta performance. Há poucos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde intensificou os treinos, ganhou mais técnica, precisão e atenção do mundo do tênis.

Os principais torneios já eram realidade. No dia 20 de fevereiro, havia sido desclassificado do Rio Open, no Rio de Janeiro. Já na última semana, fez partidas primorosas, que arrancaram elogios dos tenistas, articulistas e jornalistas esportivos do setor e lhes renderam o lugar mais alto ao pódio.

A carreira vitoriosa de Thiago Wild está só começando. Se continuar a treinar duro (porque resultados no esporte de alto rendimento não vêm sem muito esforço), tem tudo para ser o cara a recolocar o Brasil novamente no top tenistas do mundo. E pelo que se viu do garoto até aqui, isso deve mesmo acontecer.

A trajetória de Wild, apesar de seus apenas 19 anos, mostra que campeões não nascem campeões. Campeões são criados, esculpidos. O dom em exercer essa ou aquela atividade pode ser uma explicação, mas sem a determinação, os treinos repetitivos, a disciplina e a humildade para aprender, Thiago Wild jamais alcançaria o sucesso esportivo que lhe bate à porta.

E campeões podem, sim, surgir nas pequenas cidades, nos vilarejos distantes, como se vê em multiplicados casos no futebol brasileiro. Thiago Wild escolheu o tênis, numa cidade onde a maioria da população nunca sequer pegou em uma raquete. Persistiu e percebeu que, depois da base formada, era hora de ligar um turbo para elevar o nível em uma região onde o esporte é mais consistente, tem mais tradição e recursos para sua evolução profissional.

Assim é na vida. Ninguém tem sucesso na vida sem muito esforço e determinação. O sucesso é algo bastante subjetivo, diferente de uma pessoa para outra, mas com certeza qualquer que seja a sua definição, para alcançá-lo você vai ter que empregar muita força. E não importa onde você esteja. Com esforço, uma hora o sucesso vai te encontrar.

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