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Editorial

Socorro ainda não veio

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O poderoso segmento do agronegócio é bastante amparado com linhas de crédito e outras ações quando algumas situações adversas ocorrem, como as secas ou geadas severas que comprometem a produtividade e a produção. No Brasil, de maneira geral, a safra de grãos vai ser muito produtiva, mas boa parte do que se esperava para colher não vai ser colhido. Isso porque na região Sul as perdas foram gigantescas. No Oeste do Paraná está um dos piores cenários, com produtores colhendo 5% ou 10% do que era esperado.

De maneira geral, bancos e o governo federal agem rápido para prestar socorro a esse setor, mas dessa vez isso não está acontecendo. Agricultores e entidades de classe seguem esperando que o governo federal apresente medidas de apoio ao setor após os estragos da última safra.

A ministra Tereza Cristina e sua comitiva estiveram no Sul do Brasil, com passagem pelo do Paraná, há cerca de um mês para avaliar os estragos causados pela falta de chuvas. Avaliaram os estragos, perceberam que são enormes, mas até agora nada de anúncio. Esperava-se que o apoio fosse anunciado no Show Rural Coopavel, na semana passada, mas nem a ministra, nem o anúncio apareceram, o que frustrou lideranças do setor e milhares de produtores rurais. Não há liberação de recursos agrícolas, crédito rural ou parcelamento de dívidas para sanar os atuais problemas que o campo enfrenta.

No Paraná, entidades representativas encaminharam uma carta ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pedindo urgência na liberação de crédito e aceleração quanto às renegociações de dívidas. O documento, de 19 de janeiro, ainda não recebeu resposta.

Com a recente suspensão dos contratos de financiamento para o custeio da produção da agricultura familiar (Pronaf), definida pelo Tesouro Nacional, a situação ficou ainda mais apertada para os agricultores, especialmente aqueles que não conseguem suportar crises mais graves e acentuadas.

Até mesmo os seguros agrícolas que, como o nome já diz, ajudavam os agricultores em perdas pelo clima, têm enfrentado dificuldades. Com muita demanda, já que praticamente todo mundo sofreu, faltou dinheiro.

A boa notícia para o agronegócio veio da visita do presidente Jair Bolsonaro à Rússia. Informações dão conta de que a Rússia, que exporta parte dos fertilizantes usados pelo Brasil, vai dobrar a oferta para os brasileiros nos próximos meses. Isso é bom porque há ainda temor pelo desabastecimento desses produtos para a safra 2022/2023. É um fôlego ao setor, que estava prevendo o desabastecimento desses fertilizantes para o próximo ciclo de verão.

Mas fôlego mesmo o agronegócio precisa agora. Especialmente os agricultores, que necessitam renegociar seus prejuízos para seguir a vida. Medidas urgentes precisam ser tomadas para auxiliar esse setor que tanto ajuda o Brasil nas últimas décadas.

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