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Silvana Nardello Nasihgil

Tempos de conclusões precipitadas e sofrimentos desnecessários

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Nesses tempos de tantas informações, os “filtros” têm se tornado meio obsoletos. Vivemos num total automático, e nesse processo cada um se dá a liberdade de compreender o que quiser.

Chegamos a um ponto em que qualquer coisa nos ofende, nos magoa e por muito pouco tudo vira barraco. Partindo desse pressuposto, tem-se gerado muito sofrimento desnecessário, tudo colaborando para os afastamentos, quando na verdade deveríamos primar pela compreensão da vida e ter uma existência mais leve e feliz.

Vejo todos os dias como as mensagens decodificadas ao bel prazer trazem angústias imensuráveis. Como a vida tem se tornado difícil e pesada de carregar.

Creio que passou da hora de refletirmos como estamos conduzindo a nossa vida, quanto falamos sem pensar e quanto compreendemos as mensagens do jeito que bem entendemos.

Na maioria das vezes a compreensão daquilo que recebemos já vem carregada por aquilo que sentimos e nos toca de maneira negativa. Muitas vezes aquilo que é um simples questionamento sobre algo muito básico se torna uma discussão ou mesmo uma mágoa sem qualquer razão de ser.

Deveríamos organizar os nossos sentimentos buscando as coisas positivas, não nos deixando contaminar por coisas passadas, por sofrimentos psíquicos particulares, e na relação com o outro, deveríamos buscar ouvir o que o outro tem para dizer, receber a informação dentro do real contexto, ao invés de criarmos um “barraco” porque nos tocou de forma equivocada.

Não seria mais prático e fácil perguntar ao outro o que ele quer que compreendamos ao invés de tirarmos conclusões precipitadas?

Vejo muita confusão entre os pares porque simplesmente o que é para ser uma parceria vira uma medição de forças. Um não cede e o outro menos ainda. Falta diálogo, falta interesse de compreender como o outro se sente, suas necessidades e sentimentos. Falta deixar um pouco o egoísmo de lado e buscar mais intimidade, criar laços afetivos, desatar os nós da vida, ao invés de viver compreendendo tudo como cada um quer.

Viver em harmonia requer que se estenda o interesse, que se partilhe a vida, dificuldades e benesses, que se olhe para o outro compreendendo as diferenças e sabendo que mesmo assim é possível amar sem medos e sem medidas.

 

A autora é psicóloga clínica (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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