Arno Kunzler
Tiro certeiro
Posso estar enganado, mas se os governadores e muitos prefeitos continuarem agindo como estão, darão um empurrão enorme para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Ao se deixarem influenciar pelo medo de falta de hospitais e especialmente de UTIs, os governadores e prefeitos das grandes cidades principalmente optaram por implantar um regime de restrições avesso aos interesses da população.
Uma grande parte dos que defendem o fechamento do comércio são servidores públicos que não tiveram preocupação com sua renda no fim do mês.
Outros são ligados à saúde; os que de fato têm ideia mais clara do que precisa ser feito e do quadro real da situação.
Mesmo assim, muitos profissionais da saúde têm outro ponto de vista, inclusive sobre prescrição de medicamentos.
A única voz que divergiu abertamente e teve todos contra si foi o presidente Jair Bolsonaro.
Pode ser até acusado de genocídio no Tribunal de Haia, como anunciam, mas terá apoio de uma boa parte da população que provavelmente não votou nele – aqueles que querem e precisam trabalhar.
Queiram ou não seus desafetos, essa é a realidade hoje. Ela pode mudar, sim, mas tem mais jeito de mudar para melhor do que para pior.
Jair Bolsonaro é hoje o porta-voz de confiança dos que se sentiram prejudicados com as medidas restritivas dos governadores, e algumas, convenhamos, absurdas e incompreensíveis.
Está muito claro que o jogo político não pode ser jogado com a emoção. Não se pode tomar decisões que contrariam o legítimo interesse econômico das famílias e das empresas.
Bolsonaro percebeu isso desde as incursões do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e preferiu se isolar, se descolar da Covid-19 para não pagar a conta do desarranjo financeiro do país, dos Estados e municípios, mas principalmente das famílias e das empresas.
Salvo algum fato novo que mude esse quadro, a próxima eleição presidencial terá Jair Bolsonaro no segundo turno.
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos
arno@opresente.com.br