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Arno Kunzler

Tiro no pé…

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O diretor-geral do campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) de Marechal Cândido Rondon, respeitadíssimo entre colegas e alunos da instituição, pode ter entrado numa armadilha política.

Não seria novidade se Davi Schreiner tivesse pretensão de ser candidato a prefeito de Marechal Cândido Rondon. Tem expressão eleitoral e competência administrativa para isso. Todavia, é incompreensível que alguém que deseja ser prefeito de uma cidade, sendo diretor de um campus de universidade, não saiba que precisa ser filiado a partido político para ser candidato.

Pressupondo que o diretor sabia que precisava de filiação partidária para se lançar candidato, podemos concluir que, de duas uma.

Ou ele se filiou e quem pegou sua ficha de filiação não deu continuidade ou, de alguma forma, aconteceu sua desfiliação do PSB de Marechal Cândido Rondon sem que ele soubesse.

Caberia a ele tentar explicar o equívoco, digamos assim, a falha de sua assessoria política que o colocou numa situação ruim perante a classe política e também perante seus eventuais eleitores que podem ter incentivado sua candidatura.

Se o pretenso candidato a prefeito não acompanhou – já que é público, qualquer cidadão pode consultar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e verificar quem são os filiados de um partido -, demonstra claramente que também não nutre grande interesse na vida político-partidária.

Mas, então, por que aceitou ser lançado candidato a prefeito se não nutre interesse pela vida política?

Quem o lançou candidato a prefeito, se o seu próprio partido não o fez?

São perguntas que o próprio diretor poderia responder, caso quisesse esclarecer o episódio.

Teria ele interesse em abandonar eventuais projetos que o levaram a ter grande projeção na Unioeste, onde, inclusive, chegou a ser candidato a reitor, para começar um novo projeto político?

Ou Davi Schreiner foi vítima de um grupo político que tentou fazê-lo candidato para colocar mais concorrentes no páreo, sabendo que sua eleição, nessa condição, seria muito difícil, para não dizer impossível, mas assim facilitar esse ou aquele candidato com maior chance?

Davi é uma pessoa íntegra e não deve ter disposição para se prestar a esse tipo de papel.

Se quiser ser candidato a prefeito, e certamente terá apoios importantes desde que se prepare para isso, deve começar organizando um partido no qual acredita e esteja filiado de fato.

Depois deve buscar apoios para não ser lançado como “balão de ensaio” e ver o barco naufragar antes de conseguir testar seu potencial político.

A política é cheia de armadilhas e quem não está acostumado a conviver com essas artimanhas pode facilmente morder a isca do próprio inimigo.

Tem gente boa que não faz política por isso.

É uma pena que os bons se afastam e os maus se aproveitam disso.

 

Jornalista e diretor do Jornal O Presente

arno@opresente.com.br

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