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Dom João Carlos Seneme

Todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais

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Entramos na última semana da Quaresma e iniciamos pedindo a ajuda de Deus para viver o mesmo amor que levou Jesus a dar a vida para todos.

O caminho quaresmal nos conduz, passo a passo, da falta de sentido à plenitude da vida. De uma visão da realidade, obscurecida pela falta de amor, a uma condição de vida que experimenta, aqui e agora, as primícias da condição futura. O destino da caminhada é a Páscoa onde acontece a recriação da humanidade através da participação no Mistério de Cristo. Nele somos novas criaturas.

O encontro com Cristo não suprime a debilidade e a fragilidade da natureza humana. Somente a fé em Jesus Cristo nos faz superar o último limite da vida.

O centro deste relato evangélico é nos levar a refletir sobre o mistério da morte e da vida que tem sua fonte em Jesus. A morte é um acontecimento que fragiliza e revela nossa impotência. Quando Jesus chega à casa de seus amigos, a família está sofrendo, as irmãs choram; Jesus também se comove. Neste momento surgem as perguntas essenciais da vida: O que é a vida? O que é a morte? Como viver? Como morrer? Antes de ressuscitar Lázaro, Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida: quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (…). Crês nisto?” Palavras que desafiam a fé de Marta e a nossa. Diante da dor, da incompreensão do destino de nossas vidas, somente em Jesus buscamos luz e força para lutar pela vida e enfrentar a morte. É o que experimenta Marta quando soube da chegada de Jesus: saiu correndo ao seu encontro e a presença dele trouxe esperança. Jesus nos ensina duas atitudes fundamentais diante daquilo que não podemos explicar, principalmente diante da morte: chorar e confiar em Deus.

O exemplo de Marta e Maria revela nossa humanidade e fragilidade: as irmãs sem o irmão se encontram numa situação de desamparo que põe em foco a realidade da humanidade diante do projeto de Deus que é de vida e para a vida. Somente quando aceitamos a experiência humana poderemos valorizar a grandeza do dom da vida que procede de Deus através de Jesus Cristo.

Jesus está diante de nós e nos chama como a Lázaro: Vem para fora! Vem para fora da sua indiferença, de sua preguiça, de seu egoísmo, da desordem que vive; vem para fora do seu desespero. Quero colocar em seu coração um espírito novo, um espírito de vida plena!

O evangelista antecipa o que vai acontecer com Jesus; a cruz se aproxima cada vez mais e Jesus não se intimida diante da morte porque confia no amor do Pai e confirma sua missão de se oferecer como sacrifício para nos salvar. A vitória final será da vida e não da morte. “Eu sou a ressurreição e a vida”. Com este sinal, a ressurreição de Lázaro, Jesus sinaliza a sua própria Ressurreição que será a resposta definitiva, porque é para sempre e fonte de esperança viva para os que acreditam nele. “Crês nisto? Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus”.

 

Bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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