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Isai Marcelo Hort

TORNADOS NA ALMA – 1ª PARTE

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Nasci e cresci em Marechal Cândido Rondon. Passei alguns anos estudando na Europa, mas logo retornei, para junto de minha esposa trabalhar e formar aqui a nossa família.

Gosto de nossa cidade e amo as pessoas que vivem aqui. De maneira especial, a igreja na qual tenho o privilégio de ser pastor. Jamais imaginei que teríamos uma experiência com um tornado. Achávamos que seriam apenas vistos pela TV. Parecia algo impossível de acontecer na região Oeste do Paraná.

Após os poucos minutos de passagem do tornado, as imagens eram como de um local em guerra. A cidade, que há poucos minutos estava limpa e organizada, parecia um cenário de filme apocalíptico.

Nesta cidade está instalada a Central das Organizações Ecos da Liberdade. Os escritórios, estúdios de gravações e o Auditório Ecos da Liberdade estão localizados a 400 metros de distância do local onde passou o tornado. Aqui nos escritórios foram sentidos apenas alguns ventos e uma oscilação na energia elétrica. Todos trabalhavam tranquilamente enquanto a poucos metros daqui a cidade estava em pânico e destruição.

Infelizmente é comum nos sentirmos bem e tranquilos, enquanto a família vizinha está passando por um dos “tornados” mais terríveis de sua história.

Os pais podem estar alegres enquanto um “tornado” destrói o coração do filho. Os pais assistem a filmes românticos, mas no quarto logo ao lado os sentimentos de inferioridade destroem o coração do filho adolescente.

Furacões e tornados são realidades também na vida e na alma!

Ninguém os espera nem imagina que sua própria vida possa ser afetada por um deles. Sempre observamos os grandes desastres na vida alheia e quando menos esperamos, em meio a uma tarde calma de quinta-feira, nuvens poderosas se aproximam de nossas casas. O marido se prepara para ir ao trabalho.

O marido se prepara para ir ao trabalho. Ele está de banho tomado, gravata ajustada, sapatos polidos e a camisa branca bem passada. Antes de sair ele ouve o som da mensagem eletrônica que chegou no celular de sua esposa. O celular está deitado sobre a mesa, onde ambos tiveram um jantar romântico na noite anterior. Sem imaginar os ventos que estão prestes a soprar, ele abre a mensagem com toda a tranquilidade. O remetente é um homem desconhecido, ele tenta imaginar que possa ser um colega de trabalho. A mensagem começa chamando sua esposa de “querida”. Seu coração bate forte, mas ele ainda não quer desconfiar da esposa, com quem vive há muitos anos. Logo adiante o conteúdo da mensagem destrói suas emoções e arranca o sentimento de segurança que existia até segundos atrás. Um horário é marcado, o local? O “motel de sempre”. Este é um dos tornados que atingem milhares de pessoas todos os dias.

Conheci um homem que sempre pensei ser deficiente mental. Ele falava pouco, mantinha seus olhos fixos num mesmo ponto durante horas. Não trabalhava e passava o dia todo sentado na área de sua casa. Certo dia, sua mãe me contou sua história. Ele era um pai de família, tinha esposa e uma linda filha. Trabalhava operando grandes máquinas agrícolas, um excelente profissional. Sua história mudou no dia em que foi traído pela esposa. Ela o abandonou para ficar com outro homem. Logo ele entrou em uma depressão profunda e nunca mais foi o mesmo homem.

Um tornado o destruiu por dentro. Sua estrutura espiritual e emocional não foi forte o suficiente para aguentar os ventos.

Eu desejo não venham tornados sobre as nossas vidas, mas precisamos construir nossa “casa” sobre a rocha, para que fique no seu lugar quando soprarem os ventos. Mt. 7.24

 

* O autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon

isaihort@yahoo.de

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