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Editorial

Um mundo perigoso para a saúde mental

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Facebook, Instagram, grupos de WhatsApp, TikTok, Kwai, jornais digitais, sites profissionais e amadores, memes, vídeos dos mais variados gêneros sobre esportes, astronomia, música, tendências, mensagens verdadeiras, falsas, hilárias ou de mau gosto. Hoje o consumo de informação é infinitamente maior do que há 30 ou 40 anos. Há pesquisas que indicam que crianças de hoje têm muito mais informação – que é diferente de conhecimento – do que adultos de algumas gerações atrás.

Depois do surgimento da internet comercial, os nossos cérebros passaram a receber muito mais informação do que recebiam antes, quando a Barça fazia o papel que hoje faz o Google e outros buscadores. É preciso entender que isso é um novo modelo a que estamos submetidos e que filtrar essas informações, mais cedo ou mais tarde, vai fazer bem para nossa saúde emocional. Estamos sendo bombardeados de informações de todos os lados e precisamos filtrar o que realmente possa fazer a diferença, positivamente, em nossas vidas.

Ainda, nosso modelo de vida ficou mais agitado, mais frenético, mais desafiador do ponto de vista do bem-estar. Mais trabalho e mais problemas em cidades cada vez maiores, menos tempo para resolver tudo que lhe aparece, palavras como ansiedade, estresse e depressão começaram a fazer parte da vida das pessoas mais naturalmente. Não só as palavras, mas os diagnósticos são cada vez mais frequentes. Resultado do modelo de vida que vivemos hoje em dia. Para piorar, até crianças e adolescentes estão adoecendo por doenças emocionais, que podem ter relação com a nossa “nova” maneira de viver.

Na última sexta-feira (08) 26 alunos foram socorridos durante uma crise coletiva de ansiedade em uma escola de Ensino Médio na cidade de Recife. Várias ambulâncias e dezenas de profissionais de saúde foram deslocados até a unidade de ensino para atender estudantes na faixa dos 15 anos, que choravam copiosamente, desmaiavam, passavam mal, não conseguiam respirar, tremiam sem mesmo saber exatamente o que estava acontecendo. Em minutos, a escola toda estava em pânico. Muitos estudantes disseram a meios de comunicação que achavam que iriam morrer ali mesmo, no pátio da escola.

Uma situação inusitada, nova, que traz ainda mais à tona a fragilidade da nossa saúde mental e, especialmente, das crianças e adolescentes. Uma fragilidade da saúde mental que só aumenta com o nosso novo estilo de vida, em que poucos “likes” na foto podem estimular um quadro de estresse, irritabilidade, ansiedade ou algo ainda mais grave.

É cedo, e não é intenção deste editorial, saber exatamente o que desencadeou a crise coletiva de ansiedade entre esses adolescentes. Mas o nosso modo de viver hoje em dia pode, sim, ter contribuído para esse episódio de lástima, medo e outros sintomas que acometeram os estudantes brasileiros.

Para onde estamos indo, que informações estamos consumindo, como ter bem-estar e saúde para encararmos a vida com leveza? São algumas perguntas que rotineiramente devemos fazer. O jeito que vivemos tem relação direta com a nossa saúde, seja ela física ou mental.

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