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Editorial

Uma carta para o futuro

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Os Correios são alvo certo no pacote de privatizações que o governo federal pretende colocar em prática nos próximos meses. A greve deflagrada nesta semana pelos funcionários da estatal – e todo ano é assim – escancara ainda mais a necessidade de repassar a empresa para a iniciativa privada. Há muito tempo os Correios deixaram escapar o glamour que tinham tempos atrás. Hoje é caro e ineficiente. E o pior. Nos últimos anos tornou-se um cabide de emprego de alto escalão, uma máquina para fazer política, longe dos ideais padrões de administração que empresa de tal porte necessita.

O surgimento do e-mail e, depois disso, as novas tecnologias digitais reconfiguraram a entrega de postagens no Brasil e no mundo. E os Correios perceberam isso tarde demais. Mesmo tentando migrar para a entrega de encomendas, com o crescimento absurdo das vendas on-line, foi infeliz. Via de regra as empresas varejistas optam por transportadoras privadas por serem mais ágeis, baratas e eficientes que a estatal.

Se tem que vender, não há sombra de dúvidas, mas o problema é que todos conhecem. Sucateado, os Correios tendem a valer bem menos. Ou seja. A venda pode não render lá aquelas coisas.

Privatizar as centenas de estatais e autarquias que o Brasil tem é fundamental por dois especiais motivos: o primeiro é gerar competitividade por conta da concorrência, oferecendo produtos e serviços aos cidadãos de maior qualidade a preços mais acessíveis. O segundo é diminuir o tamanho do Estado e todas as benesses que muitas (se não todas) estatais regam a seus funcionários, bem diferente da iniciativa privada.

No fim das contas, governo nenhum tem que ser dono de posto de combustível, entregador de cartas ou agente de apostas de jogos. Se o jogo do bicho, impregnado na cultura do brasileiro e até hoje na ilegalidade, fosse da Caixa Econômica Federal, seria legalizado. Mas o governo brasileiro sempre quis tudo para si. Sempre controlou vários segmentos do mercado de consumo, muitas vezes entregando serviços de má qualidade e caros, como é o caso dos combustíveis e do próprio serviço de entrega dos Correios.

Nos Estados não é diferente. Deixaram, na maioria das vezes, cada Estado responsável pela coleta e tratamento de água e esgoto. O resultado é que em pleno ano de 2019 metade das casas brasileiras ainda não tem rede para tratar o esgoto. Muito desse material é jogado a céu aberto.

É preciso acabar com a demonização que se criou sobre as privatizações há algumas décadas. É preciso encarar a realidade, abrir essas empresas para o capital privado, que certamente vai fazer investimentos, gerar empregos e renda e desenvolver tais empresas de acordo com as necessidades que o futuro obriga e o governo não consegue fazer.

Aliás, o Brasil precisa cuidar direito é de questões bem mais essenciais, como a segurança pública, a saúde e educação. Deixem o resto com o livre mercado.

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