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Editorial

Vale a reflexão

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A oferta de empregos na região tem chamado a atenção das pessoas. Mesmo na pandemia, centenas de vagas são disponibilizadas em vários municípios do Oeste, em várias áreas de atuação. Indústria, comércio e prestadores de serviços estão dispostos a contratar. Dia desses, só a Agência do Trabalhador de Marechal Cândido Rondon tinha mais vagas do que todo o Estado de Roraima.

Por um lado, é uma excelente notícia. Sinal que a economia está começando a se recuperar, que os setores afetados pela pandemia começam a se reerguer e que as famílias que perderam seus empregos têm mais uma oportunidade para voltar ao mercado de trabalho. Demonstra a prosperidade da região Oeste do Paraná e a capacidade dos empresários em fazer a limonada com os limões… o quando antes.

Sob outra ótica, a oferta abundante de empregos não é uma notícia tão boa assim. Uma possibilidade é que parte das vagas não é preenchida porque muita gente tem preferido ficar em casa enquanto recebe o auxílio emergencial do governo federal. Evita assinar a carteira de trabalho para não perder o direito ao recurso público destinado a milhares de pessoas durante a emergência sanitária e econômica vivida no país.

Há outra parcela de vagas não preenchidas que também preocupa. São as que exigem uma ou outra qualificação, mas os candidatos não preenchem os quesitos. A falta de qualificação de parte da população trabalhadora na região é um problema sério. Não necessariamente novo, mas sério.

Para qualificar a mão de obra, existem inúmeras iniciativas, muitas delas gratuitas, que estão à disposição desses trabalhadores. São cursos nas mais variadas áreas, até mesmo feitos de forma on-line neste período pandêmico, por diversas entidades e instituições, Sesc, Senai, Sesi, entre outras, além de prefeituras, que certamente poderiam reduzir essa fila de espera dos empresários. Mas, infelizmente, a verdade é que poucas são as pessoas que se interessam por esses cursos.

As lideranças empresariais e autoridades públicas precisam tornar esses cursos mais atrativos. Uma alternativa, por exemplo, é o trabalhador iniciar o curso já com o emprego garantido naquela área específica. Assim, com um pouco de paciência, o empresário garante a mão de obra, com a certeza de que em pouco tempo ele estará pronto para exercer as funções com eficiência. Do contrário, as pessoas entram nos cursos, encontram trabalho em outras áreas e acabam abandonando a qualificação por “não ser mais necessária”.

Marechal Cândido Rondon é o 5º município que mais gerou empregos durante a pandemia em todo o Estado do Paraná de março a setembro. Foram 997 colocações no mercado de trabalho com carteira assinada neste período. Ótima notícia.

O ruim é que muitas empresas não estão conseguindo preencher vagas como gostariam, seja por desinteresse dos trabalhadores ou por falta de qualificação – que não deixa de ser uma falta de interesse. Vale a reflexão para mudar esse cenário.

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