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Elio Migliorança

Ver, ouvir e aprender

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Muitas coisas aconteceram desde que fui viajar, e é gratificante reencontrá-los neste espaço precioso para dividir opiniões e informações. Viajei para ver as belezas dos países, conhecer sua história e aprender com todas as ações que deram certo por lá e que podem também fazer a diferença por aqui. Os países visitados contrastam entre si pela história e pela situação que cada um viveu no último século, especialmente na 2ª Guerra Mundial.

A Polônia, primeiro país visitado, saiu da 2ª Guerra Mundial praticamente destruída. A Capital Varsóvia é considerada a“fênix europeia” por ter renascido das cinzas no pós-guerra. Centenas de milhares de poloneses foram mortos na guerra e o parque industrial do país foi sequestrado  e colocado a serviço da produção de artefatos para o Exército alemão. Depois dos horrores da guerra, quando pensavam que o pior havia passado, veio o domínio soviético e foram 70 anos de comunismo dos quais os poloneses guardam péssimas recordações e durante os quais pagaram um alto preço em vidas humanas e atraso tecnológico. A força do sindicalismo polonês, especialmente o sindicato Solidariedade e a influência do papa João Paulo II contribuíram decisivamente para o fim da era comunista e a queda do muro de Berlin, símbolo do domínio comunista após a 2ª Guerra Mundial.

O que impressiona, além das belezas naturais, é o avanço tecnológico conseguido na Polônia em tão pouco tempo de democracia e capitalismo e a seriedade com que é combatida a corrupção, um câncer que contaminou todas as esferas do poder no Brasil e está destruindo boa parte da alma nacional. Embora tenha enfrentado todas estas tragédias, a Polônia já conseguiu uma infra estrutura invejável no setor de transportes, investindo no transporte ferroviário elétrico, uma decisão estratégica, já que o petróleo, além de caro é danoso ao meio ambiente. São comuns os trens andando a 200 quilômetros por hora, o que me levou a imaginar a diferença que faria no Brasil uma estrada de ferro destas ligando os centros de produção até os grandes centros consumidores e o transporte de produtos até os portos por onde enviamos produtos ao mundo inteiro.

Um país do tamanho do Brasil e com os recursos que possui já perdeu o bonde da história ao ter monopolizado o investimento em transporte rodoviário. Por terem um inverno rigoroso, só conseguem uma safra por ano e mesmo assim estão muito próximos da autos suficiência e já entrando no clube dos países exportadores em produtos com os quais vão competir com o Brasil, caso da produção de aves.

Foi em território polonês que visitamos um dos símbolos da maldade do ser humano, o campo de concentração de Auschwitz, onde estão preservados os relatos dos horrores ali praticados, uma necessidade esta preservação, pois, como diz uma frase numa das ruas do campo, “quem esquece a história está condenado a vivê-la de novo”.

Saúde pública, segurança e educação estão em destaque na Polônia, pois uma grande diferença existe entre eles e nós: lá as leis funcionam para todos e o grau de politização da população não deixa espaço para que criminosos de colarinho branco tenham vida longa na política local. Foram tantas as lições aprendidas que me fizeram sonhar com o dia em que no Brasil o povo seja realmente dono do seu futuro.

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