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Dom João Carlos Seneme

Vigiai e orai o Senhor está chegando

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Neste 1º Domingo do Advento iniciamos um novo Ano Litúrgico. Vamos acompanhar a vida de Jesus a partir dos relatos dos evangelhos de Marcos e João. Tendo como centro o Mistério Pascal de Cristo, todo o Ano Litúrgico (1º Domingo do Advento até a Solenidade de Cristo Rei) é dinamismo de salvação, onde a redenção realizada por Deus, através de Jesus Cristo, no Espírito Santo, deve ser viva realidade em nossas vidas. O Ano Litúrgico nos propicia uma experiência mais viva do amor de Deus, enquanto nos mergulha no mistério de Cristo e de seu amor sem limites. Deste modo, o Advento é um apelo para viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, a celebração do nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica.

No Evangelho deste domingo, Jesus se encontra em Jerusalém alguns dias antes de sua morte e ressurreição. Estão com Ele, Pedro, Tiago, João e André. Diante das dificuldades que vão enfrentar, Jesus quer fortalecer a fé dos discípulos de todos os tempos. É neste contexto que podemos entender a passagem do Evangelho deste domingo: “cuidado”, “vigiem sempre”, “não se descuidem”. Para ser discípulo de Jesus é preciso fidelidade, coragem e vigilância. O desafio é grande porque o medo pode forçar os discípulos a buscarem proteção e se fecharem ou levá-los à resignação e acomodação.

“Estar espiritualmente preparados implica em superar a superficialidade da vida; vencer as armadilhas da sensualidade que nos mantêm prisioneiros das coisas terrenas; desmontar o engano proveniente das necessidades da existência, que fecham cada um na busca desenfreada do seu próprio bem-estar” (cf. Bíblia dia a dia, 2014, Paulinas).

Os membros da Igreja de Jesus recebem a missão de fazer com que todos se reconheçam filhos e filhas de Deus. “Ide pelo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”. Não obstante as dificuldades, a missão deve continuar e se concretizar. Por isso, este tempo de espera não pode ser passivo, mas é um período ativo, intensamente vivido colocando em prática toda a nossa criatividade para tornar o Reino de Deus visível e palpável. Cada um nós deve se empenhar efetivamente na construção de uma mundo mais humano, mais fraterno, mais justo e evangélico. “Não sabeis quando o senhor da casa volta”.

Nós, Igreja de Jesus Cristo, não podemos deixar de lado a responsabilidade da esperança, esta é a primeira missão que recebemos de Jesus. Temos que recuperar o rosto vivo de Jesus que atrai, chama, interpela e desperta. Para isso precisamos de nos amar e viver como comunidade de esperança. Esperança que se fundamenta no Cristo Ressuscitado que “faz nova todas as coisas”. É este espírito de Natal que pode revolucionar nosso mundo. “Vigiai e orai”.

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