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Editorial

Mais um mês

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O ano de 2017 está se despedindo aos poucos. O mês de dezembro chega com aquele tradicional sentimento de esperança e renovação. Estudantes esperam as férias,trabalhadores mais animados com o 13º salário e comerciantes fazendo de tudo para ficar com parte desse rico dinheirinho. O comércio ganha decoração especial, o Papai Noel dá as caras na rua, as pessoas demonstram um otimismo natural para essa época.

O ano está sendo marcado por uma enorme crise política e econômica, com desemprego para muita gente, queda de arrecadação do governo e deterioração dos poderes constituídos. Mas é marcado também por uma suave recuperação no emprego, na renda, na atividade econômica. Este ano também está sendo marcado pela limpeza geral que está sendo feita nos palácios e congressos de todo o país. Nunca na história desse país o brasileiro pôde observar – com extrema felicidade – a prisão de tantos políticos, empresários e seus amigos corruptos e corruptores. 

Há pouco tempo, era impossível imaginar que tantos crimes do colarinho branco fossem desvendados e seus autores fossem detidos.

Nesse misto de alegrias e descontentamentos, dezembro chega para fechar mais um ciclo na vida das pessoas. É hora de recordar o que foi bom e proveitoso, hora de reformular aquilo que não deu tão certo, hora de planejar mais acertos para o ano que vem. É hora de rever conceitos, aplicar novas fórmulas em substituição àquelas que não produziram o resultado desejado, hora de pensar no amanhã com positividade e fé.

O conhecido espírito natalino chega para acalmar corações aflitos, para melhorar o ânimo dos comerciantes, para afagar o trabalhador incansável. As pessoas ficam mais sensíveis e sentimentais, as igrejas ganham mais fiéis, as famílias ficam mais unidas, a comunidade de maneira geral parece mais positiva.

Isso pode ser reflexo do amor, em voga nessa época do ano por conta da história de Jesus Cristo, da proximidade do fim de um ciclo e começo de outro, ou até mesmo das férias e do 13º que estão prestes a pintar. 

De qualquer forma, essa é uma época diferente do ano, em que as pessoas parecem ser menos amargas, mais adocicadas, e estão dispostas a mudar, a melhorar. É um mês especial, de Natal e réveillon, de festas e alegria, de esperança que se renova. É um mês, mais do que nunca, excepcionalmente aguardado por crianças e adultos.

Em 2017 o brasileiro percebeu que não há nada tão ruim que não possa piorar, mas também viu que não há nada tão bom que não possa melhorar. 

A limpeza moral e ética segue a plenos pulmões, que, por si só, já torna 2017 como um ano histórico. Muitos daqueles que antes caçoavam do povo estão hoje enclausurados, desprovidos de liberdade. Outros tantos devem seguir o mesmo caminho, para atrás das grades.

Enquanto isso, o cidadão de bem vê mais um mês de dezembro chegar, com o som das cigarras e o entardecer insistente a desenhar o céu. É um mês para refletir sobre a existência, um mês para lembrar as perdas, mas também para comemorar as vitórias, que parecem ser poucas, mas não são.

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