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Editorial

Para debater, é preciso conhecer

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Doutrinação ideológica nas salas de aula. De acordo com os seguidores do movimento “Escola sem partido”, é isso que acontece entre folhas de livros e cadernos, lápis e borrachas nas instituições de ensino brasileiras.

Apesar de a polêmica ter dado as caras há poucas semanas em Marechal Cândido Rondon, a história já é antiga. O movimento surgiu em 2004, mas foi em 2015 que garantiu maior repercussão, desde que Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional começaram a debater projetos de lei inspirados no grupo.

De um lado, os defensores do movimento dizem representar pais e estudantes contrários à “contaminação político-ideológica das escolas brasileiras”. De outro,professores afirmam que a proposta é uma “lei da mordaça” e restringe a atuação dos profissionais pela censura.

A polêmica em torno dos projetos de lei envolve fatores de ordem jurídica, política, social e educacional. Apoiadores e críticos debatem se ele fere ou não a Constituição, se é possível ensinar com neutralidade e até que ponto a  educação familiar deve ter influência no ensino escolar.

Com a apresentação o projeto de lei que impactaria as instituições de ensino municipais rondonenses, a pluralidade de posicionamentos e idéias vieram à tona nas ruas, na Câmara de Vereadores e, principalmente, nas redes sociais. No entanto, a grande questão não está no grupo favorável ou no grupo contrário ao projeto de lei nº29/2017, que ficou conhecido no município como “Escola sem partido”. Em boa parte da sociedade há desconhecimento sobre o verdadeiro foco do projeto e tanto defensores e críticos têm tecido comentários como eco à opinião de outras pessoas, sem sequer ler a proposta que pode impactar na vida de estudantes e professores.

Muito além de ficar ao lado daqueles que consideram-se censurados ou dos que afirmam que a educação moral é prerrogativa exclusiva da família, o que está faltando neste momento é uma pura e simples leitura de texto para uma discussão ampla, com propriedade, mas acima de tudo respeito.

Ambas as preocupação com a educação das crianças ou com liberdade de atuação profissional são legítimas,porém, em meio a fervoroso uso das novas tecnologias no processo de disseminação de informações, a internet promoveu qualquer cidadão comum a ser portador da verdade absoluta.

Para debater um assunto, para defender determinado tema, é preciso conhecer esse assunto ou tema não simplesmente ir na onda dos que dizem “A” ou “B” e, muitas vezes, não têm conhecimento aprofundado sobre. Defende uma causa meramente a partir do que ouviu dizer por aí. E isso vale tanto para quem defende ou critica.

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