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Dólar bate R$ 4,07 em meio à agenda de reformas em risco e guerra comercial

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Na quinta-feira (16, a moeda norte-americana subiu 0,97%, a R$ 4,0352, com investidores de olho na cena política (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (17), acima do patamar de R$ 4,05, conforme investidores veem mais risco diante da piora de perspectiva para a agenda de reformas. Além disso, pesa a aversão ao risco no exterior por renovadas tensões na disputa comercial entre Estados Unidos e China.

Às 09h33, a moeda norte-americana subia 0,76%, vendida a R$ 4,0658. Na máxima da sessão até o momento, chegou a R$ 4,0723.

No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,97%, vendida a R$ 4,0352 – maior patamar de fechamento desde 28 de setembro do ano passado (R$ 4,0378). No ano, o dólar já acumula alta de 4,16%. No mês, a alta é de 2,91%.

 

Novo patamar com riscos à reforma

A confiança do mercado após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em outubro do ano passado, levou o dólar a uma mínima em torno de R$ 3,65 no dia 31 de janeiro. Desde então, no entanto, o Executivo tem acumulado derrotas no Congresso, com ameaças de diluição da proposta da reforma da Previdência.

Como resultado, o dólar anulou toda a queda vista após a eleição de Bolsonaro. E, desde a mínima deste ano, já subiu 10,31% até quinta-feira (16).

Além disso, ao romper a barreira psicológica dos R$ 4, analistas avaliam que esse nível se aproxima cada vez mais do novo patamar de fundamento para a taxa de câmbio, conforme se acentuam os riscos à agenda de reformas, segundo a Reuters.

Até pouco tempo atrás, a ideia desse novo patamar não era cogitado, mas o cenário contemplava menos reveses na reforma da Previdência e estabilidade ou alta dos juros, tendo como pano de fundo uma economia mais fortalecida e um ambiente externo menos conturbado.

A demora na aprovação da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ,) etapa mais simples do processo, e os ruídos subsequentes expuseram a falta de articulação política do governo, o que explica boa parte dessa valorização do dólar. Isso porque o mercado teme uma reforma menos potente e, por tabela, um quadro mais conturbado para as contas públicas.

Como resultado, empresas adiaram investimentos, mantendo a economia ainda frágil, o que por sua vez reavivou debate sobre retomada de flexibilização monetária.

De acordo com a Reuters, nesta semana, o Morgan Stanley passou a estimar dólar em R$ 4,10 ao fim de junho, contra projeção anterior de R$ 3,85, citando a perspectiva de mais ruídos políticos.

Já o Bank of America Merrill Lynch aumentou ontem (16) a estimativa para o dólar ao fim do ano a R$ 3,80, ante prognóstico anterior de R$ 3,60, devido ao “crescimento menor, juros mais baixos, real mais fraco”.

A despeito da expectativa de que alguma reforma da Previdência seja aprovada, a percepção é que os níveis de risco subiram de forma estrutural. E mesmo um alívio não seria suficiente para baixar de forma substancial o dólar, destaca a Reuters.

 

Atuação do BC

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.

 

Com G1

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