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Casos de Síndrome Respiratória Grave mais que dobram e tendência para o Paraná é de agravamento do quadro sanitário

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(Foto: José Fernando Ogura/AEN)

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado neste sábado (15 de janeiro), mostra que houve aumento de 135% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) das últimas três semanas de novembro em relação às três últimas semanas, passando de 5,6 mil casos para 13 mil. No Paraná, onde também houve aumento expressivo nos registros (confira a última tabela apresentada abaixo), a perspectiva ainda é de agravamento do quadro sanitário nas próximas semanas, com sinal de crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo e o indicador em nível forte (> 95%).

De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, responsável pelo InfoGripe, a velocidade com que a Covid-19 se espalha entre a população brasileira cresceu semanalmente de 4% para 30%. Os dados apontam, ainda, para um crescimento em todas as faixas etárias a partir de 10 anos de idade, desde o final de novembro e início de dezembro até o momento atual. Os números de laboratório indicam que esse aumento foi consequência tanto da epidemia de gripe quanto pela retomada do crescimento de casos de covid-19.

Das 27 unidades federativas, 25 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 1 (período de 2 a 8 de janeiro de 2022). Um desses estados é justamente o Paraná, que tem sinal de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) na tendência de longo prazo, com o indicador em nível forte (probabilidade > 95%). Diferentemente do Brasil, inclusive, o estado apresenta crescimento em todas as faixas etárias, sem exceção, como se pode ver abaixo.

Há cerca de um mês a incidência dos casos de SRAG no estado (por 100 mil habitantes) chegou a estar abaixo de três. Hoje, a estimativa é que já esteja consideravelmente acima de cinco, ou seja, a incidência dos casos estimados de SRAG, assim como aconteceu nacionalmente, mais que dobrou no estado (confira a tabela a seguir). O mesmo aconteceu com o número de casos notificados da doença, que saltou de 372 para 867 em quatro semanas (comparativo entre a semana epidemiológica 49 de 2021 e a semana 1 de 2022), uma variação de 133%.

Além disso, o relatório da Fiocruz também aponta que os dados laboratoriais por unidades da federação seguem um quadro muito similar em praticamente todos os estados, “sendo claro o início da epidemia de Influenza A no Rio de Janeiro e rapidamente se espalhando para o restante do país”, comenta Gomes. Por fim, o pesquisador ainda alerta para o fato de que “sempre há atraso entre a identificação de casos, o resultado laboratorial e a inserção do resultado no [Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe] Sivep-Gripe. Com isso, a população viral associada a casos recentes pode sofrer alterações significativas em atualizações seguintes”.

 

Necessidade de retomada de ações de conscientização e prevenção

Em todas as faixas etárias no país verifica-se aumento significativo de casos associados ao vírus Influenza A (gripe) ao final de novembro e ao longo do mês de dezembro, tendo inclusive superado os registros de covid-19 em algumas dessas semanas. No entanto, os dados relativos ao final de dezembro e à primeira semana de janeiro apontam para a retomada do cenário de predomínio da covid-19.

Na população infantil, na qual os vírus sincicial respiratório (VSR) e Influenza A ainda prevalecem, também verifica-se tendência de aumento nos casos positivos para a covid-19. O pesquisador Marcelo Gomes observa que o cenário de aumento de casos graves de Influenza e de covid-19, anteriores às festas de final de ano, sugerem que tais eventos podem ter representado risco significativo para a população, especialmente em eventos com muitas pessoas.

Segundo Marcelo Gomes, “esse fato torna fundamental a retomada de ações de conscientização da população e minimização de risco para mitigar o impacto ao longo do início do ano de 2022. Tais dados também deixam claro a importância do cancelamento de grandes eventos de Réveillon por parte das autoridades de diversas localidades, ainda que os dados de notificação estivessem apresentando problemas na sua divulgação”.

 

Com Bem Paraná

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