É provável que uma ligação telefônica programada para hoje, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega russo, Vlademir Putin, promova a divisão da Ucrânia.
Os dois presidentes têm as mesmas estratégias e vontade de aumentar o poder de seus países. Assim, Trump deve concordar com a ideia de anexar parte generosa da Ucrânia à Rússia, além dele próprio estar de olho em suas reservas subterrâneas.
Putin também não aceita que a Ucrânia faça parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliás, o que motivou o início dessa guerra, ou seja, a Ucrânia não terá proteção contra a Rússia, nem da Otan e nem dos Estados Unidos, seja no campo diplomático, ou até mesmo a tentativa de tomar novas áreas para si.
Em troca a Rússia não se opõe aos ataques de Israel a faixa de Gaza, onde Trump já sonha em promover um espaço americano, e nem aos ataques americanos aos rebeldes do Iêmen que são apoiados pelo Irã como forma de diminuir as manobras do Irã na região.
O presidente americano também reivindica anexar a Groelândia, flerta com a anexação do Canadá e a devolução do canal do Panamá aos Estados Unidos.
Desde a queda do muro de Berlin e o fim da União Soviética o mundo não vive momento tão intrigante nas suas relações institucionais e comerciais.
O que assusta a Europa é a repentina mudança de comportamento dos Estados Unidos em relação aos interesses europeus na região e a aparente relação de confiança entre Trump e Putin para, supostamente, usar a força militar nas suas pretensões de ampliar seus territórios.
Se Rússia e Estados Unidos são aliados numa disputa internacional, o mundo fica perplexo.
É o que está acontecendo.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
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