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Arno Kunzler

A revolução de Donald Trump

calendar_month 4 de agosto de 2025
4 min de leitura

Para quem ainda não percebeu, a vida tradicional do final do século passado mudou.

Vieram as redes sociais, a comunicação instantânea e negócios com transações bilionárias dia e noite enquanto dormimos.

Cresce a insatisfação com a ordem estabelecida, com as estruturas burocráticas estatais em todas as partes do mundo.

Crescem movimentos de extrema direita para fazer frente à esquerda dominante nas últimas décadas.

E apareceu um “outsider” chamado Donald Trump, um homem truculento, sem medo de falar, que parecia morrer pela própria língua.

Só que não. Quis o povo americano que, depois de um primeiro mandato inexpressivo e sem novidades, ele voltasse ao comando da maior potência econômica e militar do planeta, com muito mais força e reconhecimento de suas ideias.

E agora, pelo jeito acabou a brincadeira.

Se o primeiro mandato não apresentou grandes mudanças e frustrou muita gente, agora não.

Trump iniciou sua guerra fiscal impondo taxas que ninguém imaginava e esperava um dia serem cobradas.

Como se diz na política, colocou o bode na sala para que todos sentissem o mau cheiro e depois do barulho chamar para negociação.

Nitidamente, a economia mundial estremeceu.

Líderes balançaram e intensas discussões deram início a uma nova ordem tributária mundial longe das reuniões da OMC.

Há poucas semanas mandou bombardear toda estrutura iraniana com potencial para produção de uma bomba atômica, algo que vinha sendo negociado por décadas sem sucesso.

Agora, diante das reações do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Trump avisou que mandou dois submarinos atômicos para bem perto da Rússia.

Depois do que Trump já fez de improvável, quem ainda duvida que ele tenha coragem de mandar bombas atômicas contra um inimigo histórico que insiste em anexar parte da Ucrânia ao território russo?

Donald Trump está literalmente colocando o mundo de cabeça para baixo.

Nenhum país do planeta está sem discutir problemas gerados pelo atual presidente americano, sejam econômicos, fiscais, políticos ou de qualquer outra ordem.

Ninguém sabe se tudo isso vai ser bom ou ruim, mas que esse mandato de Trump vai ser impactante em todas as partes do mundo, isso vai.

Que a história vai registrar vários capítulos sobre um tal de presidente que ninguém punha fé num primeiro momento, que parecia apenas um falastrão daqueles que não tem papas na língua, e que, agora, todos temem.

Trump incendiou a direita mundial, encorajou a luta de lideranças que tentam usar o mesmo discurso em seus países para derrotar a esquerda no poder há décadas.

E, convenhamos, Trump tem muitos seguidores que acham que a ordem estabelecida precisa ser rompida.

Que as instituições democráticas que deveriam se autorregular para melhorar, não conseguem fazer isso.

Ao contrário, que só pioram com o passar do tempo por causa dos seus próprios interesses e acabam ampliando seus próprios benefícios, aumentando a conta dos contribuintes que não têm para onde correr.

Parece mesmo que o mundo digital não comunga mais com o mundo analógico que criou Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, achando que seria o suficiente para organizar a sociedade, promover a paz e o crescimento coletivo.

Se as mudanças políticas e econômicas que virão serão ditadas pelo pensamento desses revolucionários da era Trump é uma grande incógnita.

Mas que o presidente Trump será lembrado por economistas, políticos e historiadores como um dos líderes mais influentes dos tempos modernos, isso certamente será.

Pode ser que essa negação de quase tudo piora o futuro da vida no planeta, mas pode ser também que muitas coisas, hoje questionáveis, mudem para melhor.

As grandes mudanças da humanidade sempre foram protagonizadas por alguém que era chamado de louco no seu tempo.

Trump é só mais um louco da era moderna ou é o visionário ainda incompreendido?

arno@revistaamigosdanatureza.com.br

@arnokunzler

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