O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, impôs sua vontade (leia-se, do centrão) e o governo Lula teve que mudar seu ministério para atender a vontade política de quem de fato toma as decisões.
O Congresso Nacional agora está disposto a “colaborar” com o governo para aprovar os principais projetos de lei que tramitam pela Casa e algumas medidas provisórias que precisam ser votadas para não caducar.
O que os políticos mais querem aprovar, e rapidamente, é a reforma eleitoral.
As recentes mudanças, que tentaram moralizar os partidos, não surtiram efeito, mostrando que a imoralidade não está nos partidos e, sim, nos políticos.
Teremos reforma eleitoral ao gosto dos políticos, e nem poderia ser diferente. Eles legislam para atender seus próprios interesses.
A outra reforma que agora vai avançar é a tributária.
O governo quer gastar mais, especialmente na área social, e precisa mais dinheiro.
Já descobriu as fontes e agora precisa do apoio dos políticos para implementar a cobrança.
As fontes, algumas estranhamente, não eram tributadas e outras discutíveis estão na lista.
Por exemplo, como não concordar que os sites de apostas paguem impostos?
Como não concordar que artigos de luxo, antes estranhamente isentos, como aviões e iates, permanecessem isentos?
Obviamente que existem perigos no ar, como tributar a retirada de lucros das pequenas empresas.
Foi uma luta de décadas fazer com que os lucros não fossem tributados, já que para gerar lucro foram pagos todos os impostos.
A taxação de lucros, especialmente das pequenas empresas, será um incentivo para que passem a sonegar, ou a sonegar mais do que já estão, conforme o caso.
Será um retrocesso para a nossa economia formal e para o crescimento da classe média, se isso acontecer.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul